A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que uma equipe do seu Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) esteve no local do acidente com o Mineroduto Minas-Rio, da empresa Anglo American, em Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata.
Duas vistorias foram realizadas pelos técnicos: nos dias 30 e 31 de março. Na sexta-feira, 30, a equipe do NEA constatou que o ponto onde a polpa de minério jorrou no dia 29 de março fica a cerca de 220 metros do local onde um primeiro vazamento foi registrado, em 12 de março.
Na ocorrência do dia 29 vazaram, segundo a empresa, 647 toneladas de polpa de minério, sendo que 174 toneladas do material atingiram o Ribeirão Santo Antônio do Grama, enquanto 473 toneladas vazaram em uma propriedade rural particular.
O vazamento ocorreu, segundo informado pela mineradora, durante aproximadamente 5 minutos. Funcionários da Anglo relataram à equipe da Semad que as ações de contenção e remediação foram adotadas de forma imediata.
A causa do acidente, de acordo com a mineradora, seria a mesma do primeiro vazamento: uma falha na solda de parte do mineroduto. Os tubos das duas ocorrências são do mesmo lote.
Durante a vistoria no local, os técnicos da Semad percorreram a extensão do Ribeirão Santo Antônio do Grama até a foz com o Rio Casca e constataram que havia depósito de minério em diversos trechos do ribeirão e que este apresentava coloração avermelhada.
Quanto à deposição de polpa de minério ao longo do ribeirão, pôde-se observar que ela ocorreu desde o local do acidente até 1 km à jusante da cidade de Santo Antônio do Grama.
Não houve prejuízo no abastecimento de água à população local, tendo em vista que a captação está sendo feita em outro curso d’água, desde a ocasião do primeiro rompimento.
Verificou-se ainda que a cerca de 250 metros à jusante da confluência do ribeirão com o Rio Casca, a pluma de minério já havia se diluído e não era mais perceptível neste último curso d’água.
Diante do ocorrido, foram determinadas medidas ambientais à Anglo American, que deverá encaminhar à Semad:
1) Laudo com descrição dos danos provocados em decorrência do acidente, bem como detalhamento das medidas de mitigação, controle e reparação, que estão sendo implementadas pela empresa (em 48 horas).
2) Relatório das causas prováveis do acidente do dia 29 de março e sua relação com o evento anterior (em 5 dias úteis).
3) Relatório das medidas tomadas pela empresa, entre o primeiro e o segundo vazamento, para permitir a retomada da operação com segurança (em72 horas).
4) Atualização do cronograma de inspeção de integridade do mineroduto, considerando o plano apresentado anteriormente, em atendimento ao auto de fiscalização da ocorrência anterior (em 72 horas).
5) Monitoramento de águas e sedimentos considerando o auto de fiscalização anterior.
6) Relatório contendo os dados técnicos e a memória de cálculo do quantitativo de polpa de minério vazado (em 5 dias úteis).
7) Revisão do programa de gerenciamento de riscos, considerando o contexto dos acidentes ocorridos (em até 120 dias).
Na vistoria da manhã deste sábado, 31 de março, a Semad determinou que:
1) A Anglo American deverá continuar a limpeza da calha do Ribeirão Santo Antônio do Grama e de suas margens, com o recolhimento do minério sedimentado, conforme prazo determinado no auto de fiscalização do primeiro acidente.
2) A mineradora deve fornecer as coordenadas geográficas dos pontos onde o mineroduto passa por áreas povoadas, identificando os locais onde estão instalados os tubos do mesmo lote daqueles que se romperam (em 30 dias contados do recebimento deste auto).