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Seminário apresenta casos de gestão de riscos tecnológicos ambientais

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O primeiro dia do Seminário de Emergência Ambiental: Prevenção e Gestão de Riscos e Desastres Ambientais Naturais e Tecnológicos, realizado pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) e pela Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Perigosos (CE P2R2) Minas, discutiu a atuação de algumas empresas e órgãos públicos na gestão de riscos tecnológicos em acidentes ambientais.

O evento acontece no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), nos dias 28 e 29 de setembro, e tem como objetivo promover a troca de informações entre os segmentos envolvidos nas atividades de produção, armazenamento, manuseio, distribuição, comercialização e transporte de produtos perigosos.

Na abertura do evento, o subsecretário de Controle e Fiscalização Ambiental Integrada da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), Marcelo da Fonseca, ressaltou a importância desse Seminário na contribuição às equipes que trabalham no atendimento a acidentes ambientais.


Crédito: Janice Drumond
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Marcelo da Fonseca, subsecretário de controle e Fiscalização Ambiental dá as boas vindas aos participantes

“Esse tipo de atividade exige muita preparação, a fim de que as equipes se aprimorem nas respostas aos acidentes e possam realizar, de forma mais rápida, os atendimentos às ocorrências de acidentes ambientais”, frisou.

O diretor do Núcleo de emergência Ambiental (NEA) da Semad, Milton Franco, apresentou o Mapa de Acidentes Ambientais, com dados sobre os acidentes atendidos pelo Núcleo em 2014 e um balanço parcial de 2015. De acordo com ele, as principais demandas atendidas pelo núcleo são em acidentes de transporte rodoviário e ferroviário, barragens, mortandade de peixes, áreas industriais e produtos abandonados. “A maior ocorrência de acidentes em 2014 foi no sul de Minas, principalmente na rodovia Fernão Dias”, disse.


Crédito: Janice Drumond
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O diretor do Núcleo de Emergências Ambientais, Milton Franco, apresentou balanço de acidentes ambientais


Segundo o diretor, 67% dos atendimentos, de 2011 a 2014, foram de acidentes rodoviários. “A BR 381 foi a que mais teve ocorrência de acidentes com produtos perigosos, entre 2011 e 2014”, frisou. De janeiro a junho de 2015, a Diretoria de Prevenção e Emergência Ambiental (Deamb) recebeu 104 denúncias de emergências e acidentes ambientais em todo o Estado. Em 93,3% das denúncias (97 acidentes), houve fiscalização in loco.

Os acidentes rodoviários também predominaram em 2015, com 69,2% das ocorrências (72 sinistros). Em seguida, está a mortandade de peixes, com 9,6% dos registros (10 eventos), sendo cinco apenas no mês de janeiro. O maior número de acidentes (26) foi registrado no mês de maio, correspondendo a 25% das ocorrências.

Em relação à localização das emergências e acidentes ambientais atendidos pelo NEA, a regional Supram Central Metropolitana foi a que teve mais ocorrência, num total de 30. Em seguida, está a SUPRAM Sul de Minas, com 18 ocorrências, e Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, com 16.

Experiência da Refinaria Gabriel Passos

O técnico de segurança do trabalho da Refinaria Gabriel Passos, Geraldo Alves Rodrigues, apresentou o trabalho de gestão dos riscos tecnológicos adotado pela Refinaria. Ele argumentou, também, que a evolução dos acidentes e a preocupação da sociedade em geral com as grandes emergências têm chegado cada vez mais ao conhecimento de todos, e isso pode trazer, segundo ele, diversas consequências para a empresa.

O técnico de segurança disse que os acidentes ambientais têm ocorrido no mundo todo, apesar de toda legislação criada com relação ao assunto, dos avanços nos processos e controle e na aquisição de equipamentos, cada vez mais avançados e modernos. “Os custos dos acidentes se tornam muito altos, além dos impactados financeiros, muitas vezes, irreparáveis”, frisou.

Geraldo Rodrigues disse que a Refinaria Gabriel Passos adota do modelo de segurança do Centro de Química de Segurança de Processo Norte Americano (CCPS) adaptado para a Petrobrás. Em 2014, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) aprovou um regulamento técnico para as refinarias de petróleo em todo o país, tendo as refinarias que se adequarem às novas normas de segurança.


Crédito: Janice Drumond
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O técnico de segurança do trabalho da Refinaria Gabriel Passos, Geraldo Alves Rodrigues, durante apresentação

“A grande dificuldade na gestão de riscos é a dedicação e o compromisso dos envolvidos. Essa equipe deve estar bem preparada”, disse. De acordo com ele, são três os elementos que podem afetar a condução das operações na gestão de acidentes: pessoas, processos e instalações/tecnologias. “Tentamos corrigir as falhas com relação à tecnologia, à gestão e às falhas humanas mas precisamos, cada vez mais, aprender a lidar melhor com as situações de gerenciamento de risco de acidentes”, afirmou.

Acidente no Polo Petroquímico de Santos

O acidente da Empresa Ultracargo, ocorrida em 02 de abril de 2015, no terminal de Santos, em São Paulo, foi apresentado pelo Coronel da Polícia Militar, Secretário Chefe da Casa Militar e coordenador estadual da Defesa Civil de São Paulo, José Roberto Rodrigues de Oliveira.


Crédito: Janice Drumond
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Acidente no Polo Petroquímico de Santos apresentado pelo Coronel José Roberto Oliveira


O acidente ocorreu em quatro tanques de gasolina e dois tanques de álcool. O Coronel mostrou como foi a atuação de todos os envolvidos no gerenciamento do acidente, como foi montada a estrutura de resposta e a integração de todos os órgãos.

As medidas emergenciais adotadas foram o resfriamento dos tanques, o uso de Líquido Gerador de Espuma (LGE) para combate a incêndio em material inflamável, a contenção do vazamento, o plano de evacuação, dentre outras.

Foram envolvidos no atendimento a esse acidente, 140 bombeiros e 80 brigadistas da Polícia Militar, com uso de 850 mil litros de água, 500 mil litros de LGE, 14 km de mangueiras, dentre outros recursos. “Foram 192 horas de combate ininterrupto, totalizando nove dias de trabalho, além do recolhimento, pelo Ibama, de 7 toneladas de peixes mortos”, disse.

Mapeamento de riscos tecnológicos

A professora do Departamento de engenharia de produção da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, Auxiliadora Maria Moura Santi, apresentou duas Metodologias estudadas por ela: a proposta apresentada pelo professor Marcelo Firpo, pesquisador da Fiocruz, para construir a Matriz de Vulnerabilidade frente aos riscos de acidentes; e a proposta metodológica apresentada pelo Professor Sebastião Sebá, da Unicamp, na construção do Mapeamento de Riscos de Origem Tecnológica.


Crédito: Janice Drumond
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A professora Auxiliadora Maria Santi apresentou duas metodologias de gestão de risco tecnológico

De acordo com a professora, para enfrentar os riscos de forma adequada, eles precisam ser compreendidos a partir de referenciais metodológicos e acadêmicos. Auxiliadora apresentou, também, o estudo sobre mapeamento de risco e análise de vulnerabilidade da fábrica de Cimento Holcim Brasil AS, em Barroso e o Mapeamento de Risco na região da Refinaria Gabriel Passos.

Milene Duque
Ascom/Sisema

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