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Unidades de Conservação do Estado são tema de exposição de celebrada artista mineira

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Para comemorar 60 anos de carreira, a artista plástica mineira Yara Tupynambá não só resolveu marcar a data com uma exposição, como também aproveitou a oportunidade para deixar uma mensagem para as futuras gerações sobre a importância da preservação ambiental. “Estou documentando algo que não sei se amanhã continuará existindo”, comenta.

 

 As seis décadas de uma vida dedicada à arte estão sendo comemoradas com a exposição “Pintando a Natureza”, na qual a artista retrata as paisagens naturais mineiras. Para pintar os 48 quadros que compõem a mostra, Yara realizou uma pesquisa apurada e observação in loco de cada paisagem retratada.

 

A artista visitou quatro ecossistemas do Estado, dois deles foram o Parque Estadual do Rio Doce (PE Rio Doce) e a Estação Ecológica do Tripuí (EET), ambos administrados pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). Os outros dois foram a Serra do Cipó e Inhotim.

 

Yara conta que tudo começou há cerca de 10 anos, quando visitou a EET. “Assim que resolvi conhecer Tripuí eu entrei em contato com o IEF e fui muito bem recebida. Quando resolvi visitar o Rio Doce, para dar continuidade a esse trabalho de retratar a natureza, procurei novamente o Instituto e recebi o mesmo acolhimento de antes. Fiquei durante cerca de uma semana em cada uma das unidades de conservação para realizar a pesquisa”, disse.

 

A artista fala que seu processo de criação se desdobra da seguinte maneira: “primeiro eu fotografo tudo com os olhos, depois faço anotações, em seguida faço pequenos esboços com lápis e por último eu fotografo com uma câmera as paisagens. Após essa etapa de pesquisa in loco vou para o atelier e coloco na tela as minhas impressões”, relata.

 

Segundo Yara, o que mais a impressionou no PE Rio Doce foi a grandeza das árvores e dos lagos. “As pinturas de Monet sempre me impressionaram pela imponência e beleza de seus lagos, mas ao chegar no PE Rio Doce, as águas dos quadros do mestre francês do Impressionismo ficaram pequenas diante da grandiosidade do que vi. Estamos muito acostumados a valorizar o que vem de fora sem nos darmos conta de que temos uma natureza belíssima muito perto da gente”, arremata.

 

Já na Estação Ecológica do Tripuí foi a variedade das flores que mais chamou a atenção da artista. “Quanto mais entramos na mata mais flores vamos descobrindo, é uma variedade imensa”, ressalta.

 

O silêncio da floresta também comoveu a artista. “Ao entrar mata adentro me deparei com um silêncio monumental emoldurado por grandes árvores, onde a iluminação provém apenas de pequenos feixes de luz. Essa imagem me lembrou uma catedral e me proporcionou uma grande paz de espírito, não podemos deixar isso acabar”, completa.

 

O resultado da caminhada da artista pelos ecossistemas mineiros pode ser conferido entre 14 de junho e 24 de julho, na Casa Fiat de Cultura, que fica no Circuito da Praça da Liberdade. A mostra conta ainda com uma retrospectiva de toda a trajetória da artista.

 

Aos 84 anos Yara não pensa em parar, está sempre em movimento e esbanja vitalidade por onde passa. Além de se dedicar a variadas técnicas de pintura, ela dá aulas sobre História da Arte em uma escola de artes. “Começo nas pinturas rupestres e vou até o grafite”, esclarece.

 

Atualmente a artista está ministrando um novo curso, onde as aulas acontecem no Parque Municipal Américo Renné Giannetti. “Nesse módulo ensino aos meus alunos como enxergar e sentir a natureza para poder retratá-la”, explica.

 

Crédito: Léo Lara 

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As Unidades de Conservação

 

O Parque Estadual do Rio Doceestá situado na porção sudoeste do Estado, a 248 km de Belo Horizonte, na região do Vale do Aço, inserido nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo.

 

A unidade de conservação (UC) abriga a maior floresta tropical de Minas, em seus 35.970 hectares e é a primeira unidade de conservação estadual criada em Minas Gerais, em 1944.

 

A UC possuiu árvores centenárias, madeiras nobres de grande porte e uma infinidade de animais nativos, que compõem o cenário de um dos poucos remanescentes de Mata Atlântica, no Brasil.

 

Com um notável sistema lacustre, composto por quarenta lagoas naturais, o Parque proporciona um espetáculo de rara beleza. As lagoas abrigam uma grande diversidade de peixes, que servem de importante instrumento para estudos e pesquisas da fauna aquática nativa.

 

Com o objetivo de aproveitar a riqueza da flora, de forma sustentável, o parque possui umherbário, que possibilita a identificação de espécies, principalmente por meio da análise de suas características morfológicas.

 

A Estação Ecológica do Tripuí está localizada no município de Ouro Preto e possui 392 hectares. A região em que se insere a EET também recebeu da Unesco a titulação de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

 

A palavra “tripuí” é de origem Tupi e significa “água de fundo sujo”, já que as suas águas rolam sobre leito de pedras e areias negras.

 

A flora da EET é composta por algumas espécies como as quaresmeiras ou manacás-da-serra, os ipês de flores roxas, amarelas ou brancas e as várias espécies de pau-tucano de flores amarelas.

 

Animais como quati veado-mateiro, paca, tatu-galinha, esquilo, raposinha podem ser encontrados na EET. Além do macaco-sauá e do lobo-guará, espécies ameaçadas de extinção.

 

Serviço

Exposição “Yara Tupynambá – Pintando a Natureza”

De 14 de junho a 24 de julho

Casa Fiat de Cultura - Circuito Liberdade

Praça da Liberdade, 10, Funcionários

Entrada Gratuita

Agendamento de grupos e escolas: (31) 3289-8910

Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h – Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h.

Informações: (31) 3289-8900

Vídeo sobre a exposição: https://www.youtube.com/watch?v=87Us3o8fNKQ

 

Janice Drumond
Ascom/Sisema

SEMAD|

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