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Governo de Minas lança Plano de Segurança para comunidades próximas às barragens

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Fotos: Renato Cobucci/Imprensa Minas

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Plano de Segurança para as Comunidades próximas às Barragens de Mineração foi lançado pelo governador Romeu Zema 

 

O governador Romeu Zema participou nesta segunda-feira (20/5), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, da abertura do Workshop Barragens MG, promovido pelo Gabinete Militar do Governador, por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. Durante o evento, foi lançado o Plano de Segurança para as Comunidades Próximas às Barragens de Mineração. O documento, desenvolvido pelo Governo de Minas, visa reduzir riscos, mitigar os efeitos da mineração, preparar respostas e promover a segurança das comunidades próximas às barragens.

Em discurso, Romeu Zema ressaltou que Minas Gerais precisa caminhar no sentido de tornar segura a atividade de mineração no estado.

 

“O que nós queremos, e esse dia de hoje é um exemplo, é caminhar nesse rumo. Temos de melhorar o monitoramento das barragens e ter ferramentas que tornem essa atividade mais segura. A mineração é uma atividade que sempre fez parte do nosso estado e não vamos eliminá-la. Vamos, sim, torná-la segura. Nós temos exemplos de países desenvolvidos, como Canadá e Austrália, que têm uma atividade de mineração extremamente representativa e que opera com total segurança. E, mesmo de países não tão desenvolvidos, como Chile e África do Sul, também têm essa atividade e a operam com níveis de segurança razoáveis”, afirmou o governador.

 

Ele citou ainda as medidas tomadas após o rompimento da barragem em Brumadinho, em 25 de janeiro, e o trabalho desenvolvido pelas forças de segurança do Estado. “Aquilo que estava ao nosso alcance foi feito. Agradeço a todas as entidades envolvidas. Diria que, apesar da tragédia, nós mostramos que temos estrutura para atuar nessas situações. Melhor se não tivesse ocorrido, com toda certeza, mas o dia de hoje será extremamente produtivo, porque nós ainda podemos melhorar aquilo que, de certa maneira, conduzimos bem”, completou.

 

O governador destacou também que o momento atual é de “angústia” devido à movimentação do talude próximo à Mina Gongo Seco, em Barão de Cocais, na região Central do estado, e pediu atenção das forças de segurança às famílias que estão passando por esse momento de apreensão.

 

“Nós, seres humanos, não sabemos lidar com a incerteza. Isso nos causa uma angústia enorme. E, infelizmente, é esse o momento que estamos vivendo aqui em Minas. Vocês que estão lidando diretamente com as pessoas envolvidas precisam ter paciência e tolerância. Uma palavra de conforto, essa atenção, são essenciais”, finalizou Zema.

 

Plano

 

Plano Segurança Dentro

Plano de Segurança foi elaborado após realização de diagnóstico de todo o contexto que envolve as barragens

 

O coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Evandro Borges, explica que o Plano de Segurança para as Comunidades Próximas às Barragens de Mineração foi elaborado após a realização de um diagnóstico de todo o contexto que envolve as barragens e o ambiente onde estão inseridas. Entre as principais diretrizes está a integração dos órgãos envolvidos na proteção das pessoas residentes nas áreas próximas às barragens, o treinamento e capacitação das Defesas Civis dos municípios, além de pesquisa de tecnologias que potencializem as ações de proteção.

 

“Esse plano tem uma significância muito grande pela oportunidade que traz para o sistema da Defesa Civil. Várias instituições, cada uma dentro da sua área, contribuem e trabalham de forma integrada ajudando a nossa população em momentos difíceis como esse que temos passado. A gente precisa discutir e quebrar o paradigma da cultura do risco. Precisamos estar preparados para atuar em face de cenários como esse, uma mentalidade preventiva, da gestão do risco de desastre, que é a população estar consciente, saber dos procedimentos e dos passos que devem seguir”, pontuou.

 

O documento estabelece que diversas ações sejam realizadas, como a solicitação junto às empresas de informações adicionais para melhoria dos planos de ação de emergência, a capacitação e auxílio aos municípios onde existem barragens para a elaboração dos planos de contingência – que são os dois instrumentos norteadores em casos de emergência. Ainda estão previstas ações para capacitação de todos os agentes envolvidos, cursos e seminários, como o workshop realizado nesta segunda-feira.

 

O plano também estabelece a fiscalização das medidas preventivas adotadas pelas empresas responsáveis pelas barragens, como os sistemas de alarme e sinalização, e a realização de novos simulados de evacuação.

 

Workshop

 

O workshop nesta segunda-feira tem como público-alvo prefeitos e gestores dos municípios mineradores do estado, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e a própria Defesa Civil, além das empresas do setor que possuem barragens à montante em Minas Gerais.

 

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas, coronel Edgard Estevo, destaca a necessidade de se trocar experiências e a instituição contribuir com a expertise neste tipo de situação. “Os Bombeiros trazem a experiência que tem das respostas em todos estes casos. Em Brumadinho, estamos com 116 dias de operação, permanecemos com mais de 135 bombeiros todos os dias, 120 máquinas operando. Podemos sim contribuir com nossa expertise, não só com tipo de resposta, mas com o trabalho de inteligência nas buscas e entendendo, por exemplo, o movimento dos rejeitos”, completou.

 

Barão de Cocais

 

Também presente no evento, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Germano Vieira, explicou as ações desenvolvidas pelo Governo de Minas no monitoramento da barragem em Barão de Cocais.

Segundo o secretário, no domingo (19/5), uma reunião foi realizada entre a pasta e representantes da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), do Ministério Público Estadual, do Ministério Público do Trabalho, da Defesa Civil, da Agência Nacional de Mineração, da empresa responsável pela barragem e auditoria independente para tratar das ações e monitoramento na região.

 

“Foram comunicadas ações de monitoramento, evidenciadas a questão da segurança dos trabalhadores e comunicada a paralisação, além do trem de passageiros, do de carga. Medidas emergências foram identificadas, órgão ambientais demonstraram necessidade de a empresa apresentar uma caracterização química dos rejeitos da barragem, entre outras ações”, explicou.

 

Presenças

 

Também participaram do workshop o capitão de Mar e Guerra e comandante da Capitania dos Portos de Minas, Nicácio Satiro; o defensor público federal, Estevão Ferreira Couto; o defensor público geral de Minas, Gério Patrocínio; o promotor de Justiça Francisco Generoso, representando o Ministério Público do Estado.

 

 

Agência Minas

 

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