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Inédito, Projeto Blockchain pode mudar rumo de processos em Minas Gerais

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Foto: Divulgação Sede

cartao vegetal 1 dentro

Sistema ajudará no acompanhamento do carvaão desde o plantio até a venda

 

O Governo de Minas Gerais deu um grande passo para a inovação por meio da tecnologia. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e a Prodemge estão desenvolvendo uma solução em blockchain para o transporte de carvão vegetal oriundo de replantio. O desenvolvimento dessa tecnologia foi tema de reunião na semana passada, em São Paulo, entre a equipe que encabeça o projeto em Minas com representantes do governo da Holanda, referência no assunto.


O próximo passo é desenvolver um projeto conjunto entre os dois governos. Responsável pela internacionalização do projeto, a chefe da Assessoria de Cooperação Nacional e Internacional da Sede, Maria Bueno, afirma que a expectativa é que o acordo seja fechado até o primeiro semestre de 2020. A partir dele, o governo holandês começará a atuar com conhecimento e transferência de tecnologia. “Além de Minas Gerais ter uma relação muito próxima com o governo da Holanda, esta é uma boa oportunidade para eles replicarem o modelo que já utilizam lá, como no rastreamento de navios, por exemplo”, explica Bueno.


Mas, como essas palavras “criptografia” e “blockchain”, tão ditas nos últimos anos, vão inovar um processo neste estado, que é referência em mineração, agricultura e reconhecido por suas tradicionalidades? O problema escolhido para servir de piloto é o transporte de carvão vegetal oriundo de florestas plantadas. Atualmente, o controle do transporte deste produto é feito via formulários físicos. Se imaginarmos que, desde o plantio até a venda desse produto, há muitos atores envolvidos na cadeia do carvão vegetal, pode-se concluir que é gigante a quantidade de produção de documento físico. Além de oneroso, a confiabilidade destes documentos é frágil, uma vez que passa na mão de inúmeras pessoas. E é aí que entra a tecnologia blockchain.


O projeto consiste em integrar as informações e dar confiabilidade sobre a origem do carvão, criando um sistema que acompanhará o produto desde o plantio até a venda. A blockchain é uma tecnologia que possibilita a troca de informações, sem a necessidade de um terceiro. Uma vez adicionado um registro, todos os envolvidos têm acesso por meio do sistema. “Isso vai facilitar a fiscalização, emissão de licenças, pagamento de taxas e o controle sobre o carvão ilegal”, justifica Jonathan Henrique Souza, idealizador e desenvolvedor do projeto.


Além de facilitar o acesso à informação, o sistema blockchain é extremamente seguro, o que o faz ter o título de “protocolo de confiança”. E é neste ponto que a criptografia ganha relevância.  Todo dado adicionado ao sistema torna-se um bloco. Este bloco ganha um código hash de 64 dígitos. Ele é único, como se fosse um código de DNA. Além do mais, as informações são embaralhadas, o que dificulta adulteração, impossibilitando a manipulação e dando a confiabilidade a todo o processo. A junção dos blocos forma uma cadeia de informação que todos os envolvidos têm acesso de ponta a ponta. “Além da segurança, o sistema reduz tempo de análise, aumenta a eficiência do processo, reduzindo custo”, explica Jonathan.

 

Blockchain na cadeia produtiva de carvão com projeto piloto


De acordo com a Semad, foram consumidos mais de 40 milhões de m³ de carvão vegetal de florestas plantadas em solo mineiro, no período de 2017-2018. “O formato manual utilizado atualmente para registro desse produto é vulnerável a fraudes, uma vez que o Estado tem deficiência na fiscalização dessa cadeia. É impossível fazer o controle de tudo sem uma tecnologia de ponta”, explica Tiago Aroeira, superintendente de Tecnologia da Informação do Sisema e gestor do Blockchain, justificando o motivo de ter abraçado o projeto.


Os problemas encontrados na cadeia produtiva do carvão são inúmeros. Atualmente, há risco de adulteração da origem do carvão; não há controle da área de floresta plantada; o processo é manual e há erros de preenchimento; há muitos documentos para serem analisados pelos órgãos fiscalizadores; e Minas Gerais possui diversas siderúrgicas que utilizam carvão vegetal e que demandam maior agilidade das licenças para obtenção do produto. Para solucionar este imbróglio, o projeto foi dividido em três partes: origem, transporte e venda.


Essa segmentação vai desde o controle da cadeia, que começa no plantio, até o momento da venda. O controle desses processos por parte do governo dará a confiabilidade necessária ao produto, que é comercializado por todo o país. “O Blockchain vai proporcionar vantagem competitiva para o Governo de Minas Gerais, uma vez que reduzirá a burocracia e aumentará a eficiência”, explica Jonathan Souza.

 

Ascom/Sede

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