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Vencedores do 4º Prêmio Boas Práticas: inovação tecnológica para soluções sustentáveis

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Seis propostas inovadoras desenvolvidas por entidades públicas e privadas foram homenageadas na 4ª edição do Prêmio Boas Práticas Ambientais, promovido anualmente pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). Com o tema “Tecnologias Sociais e Sustentáveis”, a premiação contemplou os projetos em duas categorias distintas que, por meio da inovação tecnológica e das tecnologias sociais, buscam oferecer soluções sustentáveis às principais questões ambientais em diferentes partes do Estado.


Clique aqui e confira os vídeos de apresentação de cada um dos projetos vencedores

 

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

 

Foto: UFMG/Divulgação
Membranas recicladas de baixo custo-dentro
Primeiro lugar na categoria “Melhor Prática ou Projeto de Inovação Tecnológica voltado ao Meio Ambiente” , projeto da UFMG utiliza membranas recicladas no tratamento de água e esgoto

 

A categoria “Melhor Prática ou Projeto de Inovação Tecnológica voltado ao Meio Ambiente” contou com três premiações. O projeto “Membranas recicladas de baixo custo no tratamento descentralizado de água e de esgoto em situações de vulnerabilidade socioeconômica e ambiental”, desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi contemplado com o primeiro lugar desta edição.


A iniciativa propõe a reutilização de membranas oriundas de processos de dessalinização. Por meio de um processo de oxidação química de baixo custo, desenvolvido pela equipe responsável pelo projeto, as membranas de osmose inversa em final de vida útil são recicladas e passam a apresentar um desempenho típico de membranas novas de ultrafiltração, com um custo de 1% em relação ao valor de módulos novos.


De acordo com o professor da UFMG e coordenador do projeto, Eduardo Coutinho, a iniciativa foi aplicada, em caráter experimental, para fins de tratamento descentralizado nos rios das Velhas, Doce e Paraopeba, em sistemas descentralizados para comunidades ribeirinhas. “Após apenas uma etapa de filtração com a membrana reciclada e ausência de dosagem de químicos, foi possível obter água potável em conformidade ao padrão brasileiro, com redução de 98% da turbidez original e remoção de 100% de Escherichia coli (bactéria que pode causar infecção intestinal), coliformes totais e bactérias heterotróficas”, explica Coutinho.


O segundo lugar ficou com o Instituto Refloraguas do Brasil, que promove a construção de mini barragens destinadas à contenção das águas de chuvas, equipadas com tubulação de controle de vazão e voltadas à recuperação do Rio Machados/Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.


Os sistemas de captação de água das chuvas são utilizados para aumentar a umidade do solo, evitar enchentes e erosões, reabastecer lençóis freáticos e garantir a disponibilidade permanente de água em uma região marcada pela escassez hídrica. A iniciativa desenvolve também ações de conscientização junto à população do povoado de Machados sobre a importância da manutenção das áreas de proteção ambiental e recarga hídrica, além de executar o plantio de mudas de espécies adequadas à região, visando acelerar o processo de recomposição da vegetação nativa nas áreas objeto das ações do projeto.


Encerrando a lista de premiados da categoria, a Prefeitura de Unaí, no Noroeste de Minas, foi contemplada com a terceira colocação pelo projeto “O isopor ia virar lixo, virou benefício!” A iniciativa promove a destinação ambientalmente adequada das embalagens de isopor das marmitas oferecidas aos detentos do Sistema Prisional de Unaí. Após trituração em flocos, o material é utilizado na confecção dos moldes e fabricação de bloquetes de concreto leve em substituição à areia, sendo empregado na construção civil local.


TECNOLOGIAS SOCIAIS


Outros três projetos foram contemplados na categoria “Melhor Prática ou Projeto de Tecnologia Social com Impactos Positivos no Meio Ambiente”. A Prefeitura de Glaucilândia, no Norte de Minas, recebeu a primeira colocação pelo projeto “Reciclar: menos lixo, mais segurança alimentar”.


Foto: Prefeitura de Glaucilândia/Divulgação
RECICLAR
Primeiro lugar na categoria “Melhor Prática ou Projeto de Tecnologia Social com Impactos Positivos no Meio Ambiente”, projeto desenvolvido pela Prefeitura de Glaucilândia incentiva população da zona rural do município a promover a reciclagem


A iniciativa tem como objetivo não apenas a coleta, mas também a reciclagem dos resíduos sólidos produzidos pela população local, incentivando os moradores a realizar a separação dos recicláveis, que é coletado por equipes da Prefeitura. Em troca, o morador participante recebe mudas frutíferas, pintinhos de galinha ou detergente, no caso de coleta de óleo saturado.


Para o secretário de Meio Ambiente de Glaucilândia, Cleidson Carpeggiane, o reconhecimento da Semad por meio do Prêmio Boas Práticas Ambientais é muito importante para o fortalecimento e para a continuidade do programa. “A coleta de resíduos atendia menos da metade da população na zona rural de nosso município. Com o projeto, aumentamos significativamente esse percentual, além de promover a educação ambiental como ferramenta de conscientização e promoção da sustentabilidade em nossa região”, afirmou.


O Movimento Pró Rio Todos os Santos e Mucuri levou o segundo lugar com o projeto “10 envolver: Saneamento Básico Rural”, que promove o acesso ao saneamento básico a agricultores familiares em municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M), por meio da difusão de tecnologias sociais, do fomento de políticas públicas e da promoção de educação ambiental. A partir da instalação de Fossas Sépticas Biodigestoras (FSBs), voltadas ao tratamento de água sanitária e conversão em biofertilizante, o projeto amplia a estrutura de saneamento nos municípios atendidos. Cada FSB leva apenas quatro dias para ser construído, com um investimento médio de R$ 2.700,00.


O terceiro lugar ficou com o projeto “Coleta Seletiva Solidária”, desenvolvido pela Associação de Catadores de Materiais Recicláveis e Reaproveitáveis de Ouro Branco, município localizado na Região Central do Estado. Por meio de ações coordenadas junto aos setores público e privado, a associação implantou um sistema de coleta seletiva na Escola Municipal Livremente, promovendo também atividades de educação ambiental junto aos alunos, que recebem sacolas retornáveis para armazenar materiais recicláveis em casa e retorná-las à escola para que a Ascob faça a coleta.


ADESÃO RECORDE


Apesar da pandemia da Covid-19, o Prêmio de Boas Práticas teve nesta edição um incremento de 56,67% no número de projetos inscritos em relação à edição anterior, passando de 30 em 2019 para 47 em 2020.

Para o coordenador-geral do Comitê Executivo do Prêmio e analista da Diretoria de Educação Ambiental e Relações Institucionais da Semad, André Ruas, o aumento no número de inscrições nessa última edição se deve à ampla divulgação e popularização do Prêmio Boas Práticas, que vem tendo um reconhecimento ascendente perante a sociedade.


“Foi muito inspirador conhecer os projetos vencedores do IV Prêmio de Boas Práticas Ambientais. As iniciativas contempladas são provas de que é possível inovar e replicar conhecimentos e práticas que têm um grande ganho, não somente ambiental, mas também social e econômico. Acredito que cumprimos a missão do Prêmio, que busca valorizar as pessoas e instituições que trabalham pelo meio ambiente, além de inspirar outras a fazê-lo, ao promover bons exemplos”, disse Ruas.


PRÊMIO BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS

 

Criado em 2017, o Prêmio Boas Práticas Ambientais visa reconhecer, incentivar e divulgar ações e projetos de conservação, preservação e recuperação do meio ambiente e dos recursos hídricos promovidos por pessoas físicas e jurídicas em Minas Gerais, sendo realizado anualmente, com a temática alterada a cada edição. As inscrições são gratuitas e realizadas de forma simplificada e online, conforme regulamento publicado a cada edição do Prêmio.


As práticas e projetos são avaliados por uma Comissão Julgadora composta por servidores dos órgãos ambientais do Estado de Minas Gerais: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).

O corpo de jurados também pode ser composto por convidados, tais como profissionais renomados e representantes de entidades que atuam na área da temática do prêmio. Os vencedores da premiação recebem o carimbo das Boas Práticas Ambientais, que a Semad concede e pode ser aplicado nas publicações e produtos relacionados ao desenvolvimento das ações de boas práticas ambientais dos agraciados.


Edwaldo Cabidelli
Ascom/Sisema

 

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