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Projetos americano e europeu são destaque no 2º dia de seminário

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Experiências realizadas nos Estados Unidos (EUA) e na França foram os destaques da manhã desta terça-feira (11) no II Seminário Internacional de Revitalização de Rios, que acontece no Minascentro. O evento, promovido pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) e o Projeto Manuelzão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), integra as ações administrativas do Governo de Minas para área ambiental, que tem como um dos eixos o Projeto Estruturador “Meta 2010 - Navegar, pescar e nadar no rio das Velhas em sua passagem pela Região Metropolitana de Belo Horizonte”. 

A experiência em remoção de barragens e revitalização de rios foi apresentada pelo engenheiro hidráulico e gerente do Departamento de Sedimentos e Hidráulica Fluvial do “US Bureau of Reclamation”, Tim Randle. Ele apresentou três estudos de caso nos quais as barragens foram removidas a fim de alcançar objetivos como recuperar a passagem para os peixes, oferecer água para canais de irrigação e restaurar o habitat da região, entre outros.

Já a segunda apresentação, feita pelo Chefe de Planejamento de Recursos Hídricos e Enquadramento de Corpos D'Agua da Agência de Águas do Reno-Mosa, Patrick Weingertner, chamou a atenção pela sua semelhança com o Projeto de Revitalização do Rio das Velhas  Meta 2010.

Segundo Weingertner estima-se que foram gastos cerca de 4 bilhões de Euros apenas no combate à poluição doméstica e industrial do rio Reno, que nasce na Suíça e deságua no Mar do Norte, banhando vários países europeus. O Reno é considerado o terceiro maior rio da Europa e o primeiro em importância, tanto econômica quanto social. Cerca de 30 milhões de habitantes vivem às margens do rio Reno, sendo que metade dessa população consome as suas águas.

Em seus mais de 1,3 mil quilômetros de extensão, o rio recebia diretamente os dejetos das zonas industriais por onde passava e de empresas químicas de grande porte. A preocupação com a poluição do Reno só foi levada a sério quando um grave acidente na multinacional suíça Sandoz, que contaminou o rio com 20 toneladas de um pesticida altamente tóxico, em 1986, chamou a atenção da opinião pública e das autoridades.  Um esforço de mais de 20 anos entre a iniciativa privada e os governos dos países banhados pelo Reno, como Alemanha, Suíça e França, possibilitou a recuperação de suas águas.

Bem como no rio Reno, o rio das Velhas apresenta uma grande concentração de indústrias ao longo de seu leito. Além disso, observa-se o mesmo problema em relação aos empreendimentos de pequeno porte, que lançam seus efluentes nas águas e são mais difíceis de monitorar.

Outra semelhança é que, de acordo com Weingertner, foi constatado o retorno de algumas espécies de peixes e invertebrados ao Reno, na medida em que o plano de ação foi sendo executado. “É preciso pensar na continuidade ecológica. Queremos o melhor para o Reno, para isso, temos que recriar o fluxo natural, melhorar a estrutura do rio para vermos a natureza retomando sua posição junto a ele”, afirma.

Ele também ressaltou a importância do envolvimento da comunidade e da integração das políticas públicas como de transporte, geração de energia, entre outros, para o sucesso da revitalização. “O comprometimento das pessoas é um elemento chave para o bom resultado do Projeto”, conclui Weingertner.

No Rio das Velhas a mobilização social também é fundamental para garantir o sucesso da recuperação da qualidade da água. Sem o envolvimento de setores como o agropecuário e industrial e as prefeituras da região o projeto não apresentaria os resultados desejados.

Fonte: Ascom

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