A implantação de florestas modelo como mecanismo de estímulo ao desenvolvimento sustentável foi tema da abertura do Seminário Iberoammericano 'Conhecendo os Bosques Modelo' nesta terça (08/06) em São Lourenço, no Sul do Estado. O evento é promovido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e reúne representantes de 14 países que apresentam as diferentes práticas adotadas na conservação e uso sustentável dos recursos naturais.
O presidente do Diretorio Regional da Rede Iberoamericana de Bosques Modelo, o chileno Ronnie de Camino, explica que a floresta ou bosque modelo é um espaço de desenvolvimento que tem como questão central sua transformação em espaço integral de desenvolvimento. "É um trabalho de gestão do território que inclui todos os seres que habitam o local, extrapola a gestão unicamente das florestas e faz parte de uma processo de mudança de práticas que está em curso em todo o mundo", observa.
Camino afirma que o ordenamento territorial é essencial para balancear as necessidades da população e do território e a floresta modelo é uma forma protege as pessoas e a economia. "É um instrumento para reduzir a pobreza e para isso é necessário parar de explorar predatoriamente os recursos naturais", ressalta.
O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlo Carvalho, observa que as florestas modelo são um conceito singular e transformador para estabelecer uma nova base conceitual para o desenvolvimento florestal nos países. "A grande riqueza das Américas está associada aos ecossistemas florestais e o continente tem de se tornar protagonista nas convenções mundiais para conservação da natureza", afirma.
Para Carvalho, é necessário encontrar um caminho para restaurar a identidade do setor florestal evitando políticas setoriais. "A conservação das florestas está presente nas Convenções da biodiversidade, de mudanças climáticas, de proteção a fauna, mas existe uma fragmentação da questão no plano internacional que se reflete nos países", afirma. "Trata-se de um sistema e não de um setor isolado e é necessário estabelecer uma unidade na abordagem", completa.
O representante da Rede Mundial de Boques Modelo para a Iberoamérica, o canadense Richard Verbinsky, explica que o conceito das florestas modelo exige um envolvimento dos governos e das comunidades que habitam as áreas onde se localizam. "A parceria e o compartilhamento do conhecimento são essenciais para garantir a manutenção da paisagem, a gestão e a sustentabilidade local", afirma.
Verbinsky observa que, embora com diferentes características e tamanhos, as florestas modelo têm problemas similares para conciliar preservação e desenvolvimento. "O bosque Bargslagen, na Suécia, sofre com a pressão exercida pelo pastoreio de renas e, no Canadá, em Foothills, a manutenção das áreas é importante para a sobrevivência dos ursos Grizzly", destaca.
As Florestas Modelo da Mata Atlântica e de Pandeiros (Áreas de Preservação Ambiental do Rio Pandeiros, Coxa e Gibão, no município de Januária), em Minas Gerais, são as únicas do Brasil. Nas áreas, o IEF desenvolve experiências para estimular as comunidades locais a manter suas atividades econômicas em harmonia com a biodiversidade.
O Seminário Iberoamericano prossegue na manhã desta quarta (09) com a apresentação dos trabalhos que vem sendo executados nos diferentes países. Na quinta haverá a reunião da Rede IberoAmericana de Bosques Modelo e, na sexta, os participantes conhecerão o trabalho de que vem sendo realizado na região de Baependi, que faz parte do trabalho que vem sendo estimulado pelo IEF na gestão da Floresta Modelo da Mata Atlântica.
Fonte: Ascom/ Sisema
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