Especialistas e interessados na busca de caminhos que integrem crescimento econômico e preservação ambiental reuniram-se nesta segunda (06/06), na Cidade Administrativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O seminário ‘Desenvolvimento Sustentável e os Limites do Crescimento: porque investir em meio ambiente’ abriu as comemorações da Semana do Meio Ambiente de 2011.
O jornalista e dirigente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, Roberto Smeraldi, na palestra ‘Terra: Negócios Sustentáveis’, destacou que as empresas devem adotar, além do discurso, as práticas sustentáveis em sua produção. “A avaliação da efetividade dessas práticas deve ser feita por mecanismos independentes de verificação da certificação ambiental”, afirmou. “A divulgação de práticas que não são reais tem um efeito boomerang, já que as empresas se expõem e podem ser questionadas”, completou.
Na palestra ‘Desafios da Sustentabilidade’, o economista-chefe e estrategista de investimentos do ABN AMRO Asset Management, Hugo Penteado, afirmou que os métodos de produção e consumo da humanidade tem de voltar a observar a natureza. “O sistema econômico atual é degenerativo, utilizando um sistema em que os produtos vão do berço ao túmulo, enquanto a natureza opera em ciclo, do berço ao berço, regenerando-se”, observou. “Sem o reaproveitamento, o consumo excessivo levará à destruição dos ecossistemas”.
Cases
Durante todo o dia foram realizadas apresentações, análises e discussão de ações de diferentes segmentos na busca de soluções para conciliar preservação ambiental e crescimento econômico. Umas das iniciativas foi o projeto de aproveitamento energético do biogás na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Arrudas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “O trabalho aumenta a eficiência do tratamento de esgoto e reduz a emissão de gases que provocam o efeito estufa, além de permitir a redução das despesas de energia com o aproveitamento do biogás”, disse a engenheira da Copasa, Valéria de Seixas Ferreira Araújo.
O Grupo Fiat apresentou o trabalho buscando ganho energético com a melhoria do processo produtivo dos blocos de motores utilizados nos veículos produzidos pela empresa. “O programa foi implantado em 1998 e já apresentou uma redução no consumo de energia elétrica de 25%”, afirmou o superintendente da Teksid do Brasil, Rogério Silva Junior. Segundo ele, o consumo de água em função da produção também apresentou resultados expressivos. “Em 1996, foram necessários 140 mil m³ de água para uma produção de 120 mil toneladas, enquanto em 2010, foram utilizadas 46 mil m³ de água para uma produção de 270 mil toneladas”, destacou.
Francesco Tagliaferro apresentou o painel ‘As florestas alpinas diante as mudanças climáticas, vantagens territoriais e perspectivas para uma “economia verde’, um projeto desenvolvido pelo governo da Itália. Ele explicou que o trabalho envolve todos os países alpinos que pretendem identificar todos os riscos às florestas. “A proposta é, ao final do levantamento inicial, tenhamos proposta de ações para o uso do solo e estratégias de silvicultura, por exemplo”, destacou.
O seminário ‘Desenvolvimento Sustentável e os Limites do Crescimento: porque investir em meio ambiente’ é uma promoção conjunta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Artesanato de Minas Gerais. O evento foi criado para discutir assuntos sobre meio ambiente e evidenciar práticas sustentáveis dos setores público, privado e da sociedade civil.
Até o dia 10, diversas atividades acontecerão em todo o Estado em comemoração à Semana do Meio Ambiente. A programação completa pode ser encontrada no site www.meioambiente.mg.gov.br
Fonte: Assessoria de comunicação
Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
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