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Igam divulga Mapa de Qualidade das Águas 2011

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O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) divulga, nesta terça-feira (08/05), durante a 76ª Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH/MG), o Mapa de Qualidade das Águas 2011. O evento acontece às 14 horas, no Plenário do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), localizado à Rua Espírito Santo, 495/4º andar – Centro.

O monitoramento da qualidade das águas é realizado pelo Programa Águas de Minas desde 1997. Em 2011, o Igam ampliou a sua rede de monitoramento passando a monitorar a totalidade de bacias hidrográficas. Também em 2011 houve um incremento nos pontos de coleta de águas superficiais que passaram de 515 para 543. Desses, 429 se referem à rede básica, e 114 à rede dirigida, que é específica para cada tipo de pressão antrópica, como por exemplo, as atividades industriais, minerárias e de infraestrutura.

“O objetivo do monitoramento das águas é prover a sociedade com informações sobre a qualidade dos recursos hídricos de Minas Gerais. Tem como meta, ainda, traçar e apoiar tomadas de decisões e desenvolvimento de ações que resultem na melhoria da qualidade das águas no estado, bem como avaliar e quantificar o resultado das ações”, explica Jeane Carvalho, diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Monitoramento das Águas do Igam.

Ao longo do ano são realizadas quatro campanhas de amostragem: duas no período seco e duas no chuvoso, com análise de cerca de 50 parâmetros. As análises laboratoriais são realizadas pela Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec).

As águas subterrâneas contam com 78 pontos de monitoramento, onde é realizada uma avaliação da qualidade das águas e identificação dos fatores hidrogeológicos, geológicos e antrópicos que interferem na qualidade das águas subterrâneas.

Janice Drumond
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Melhora

De acordo com o Mapa, três bacias apresentaram melhora na qualidade da água em 2011. As bacias do rio Grande e Paranaíba registraram 11% e 25% de ocorrências, respectivamente, de Índice de Qualidade das Águas (IQA) bom. No Rio São Francisco os bons resultados foram constatados nas sub-bacias do Paracatu, Urucuia e Verde Grande. Nelas, a análise revelou 47%, 43% e 8%, respectivamente de IQA bom sendo que a do rio Urucuia passou de 28%, em 2010, para 43% em 2011.

O monitoramento das águas avalia a situação das bacias hidrográficas do estado por meio de vários indicadores. Além do IQA, são avaliados a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), a Contaminação por Tóxicos (CT), o Índice de Estado Trófico (IET),a  Densidade de Cianobactérias e os ensaios de Ecotoxidade.

O IQA é o indicador que avalia a contaminação dos corpos hídricos em decorrência de matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes. De forma geral, em 2011 observou-se o aumento das ocorrências de IQA Médio nas bacias mineiras, passando de 55%, em 2010, para 61%, em 2011. Ao mesmo tempo, foi registrada a diminuição da ocorrência de IQA Ruim, de 22% para 21%. Já o IQA Bom caiu de 21% para 17%. A ocorrência de resultados de IQA Muito Ruim se manteve constante com 1% de frequência, tanto em 2010 como em 2011.

Algumas bacias apresentaram piora no IQA, como a bacia do rio Piracicaba, que caiu de 35% de frequência de IQA Bom, em 2010, para 17% em 2011, e a do rio Paraopeba, que caiu de 18% para 6%. Esse resultado foi influenciado pelas chuvas no final do ano de 2011, que contribuíram significativamente para o depósito de sedimentos, detritos e lixo no leito dos rios.

“O monitoramento da qualidade das águas nos dá uma diretriz para que sejam definidas políticas públicas de melhoria da qualidade das águas nessas bacias”, disse a gerente de Monitoramento Hidrometeorológico do Igam, Wanderlene Ferreira Nacif.

Na tentativa de reverter o quadro de piora na qualidade das águas dessas bacias, o Governo de Minas, por meio do Igam, lançou em abril deste ano, o projeto de Revitalização das Bacias do Rio Piracicaba, Paraopeba, Pará e Mogi-Guaçu/Pardo que, ao longo da série histórica apresentam maior frequência de IQA Ruim em alguns trechos de curso d’água. O trabalho prevê investimentos de cerca de R$ 430 milhões nessas bacias.

“Apesar do esforço do Governo em revitalizar os rios, essa iniciativa só será bem sucedida se contar com a participação de toda a sociedade, com os empresários, os prefeitos e a população em geral. O cuidado com as águas deve ser de toda comunidade já que todos, de uma maneira ou de outra, contribuem para a poluição. Ações como educação ambiental e mobilização social para capacitar e mobilizar gestores municipais, colegiados e conselhos municipais são de extrema importância”, afirma a diretora geral do Igam, Cleide Pedrosa.

Janice Drumond
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Bacia do Velhas

O Rio das Velhas, importante bacia na qual grande parte está inserida na Região Metropolitana de Belo Horizonte, apresentou melhora na Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), que é o parâmetro mais empregado para medir a poluição das águas. É ele quem determina a quantidade de oxigênio dissolvida na água e utilizada pelos microorganismos para oxidar a matéria orgânica presente no curso hídrico. Dos 19 pontos monitorados, 12 apresentaram DBO abaixo de 3 miligramas por litro (mg/l), quatro apresentaram DBO menor que 6 mg/l e três, menor que 9 mg/l. “A diminuição da DBO e o aumento do oxigênio nos rios é um importante fator para a manutenção e reprodução da fauna aquática”, ressalta Cleide Pedrosa.

Este resultado está ligado ao Projeto Estratégico para Revitalização da Bacia do Rio das Velhas- Meta 2014. Lançado no último mês pelo Governo de Minas, o projeto dá continuidade às ações desenvolvidas pelo Meta 2010 e prevê investimentos da ordem de R$ 500 milhões  na recuperação do rio até 2015. A iniciativa reúne Governo do Estado, a maioria das prefeituras municipais que fazem parte da bacia do Velhas em seu trecho metropolitano, a sociedade civil organizada e a população em geral. O principal objetivo é elevar a qualidade das águas de “Classe III” para “Classe II”, que prevê a destinação ao abastecimento doméstico após tratamento convencional, às atividades de lazer, entre elas, nado e mergulho, à irrigação de hortaliças e a criação de peixes.

Entre as ações previstas no projeto estão obras para despoluição da Lagoa da Pampulha, com investimento de aproximadamente R$ 102 milhões na implantação de interceptores em Belo Horizonte e Contagem. Outras medidas importantes são a formação do subcomitê Cipó, que visa à preservação da Bacia Cipó-Paraúna; o início da operação da Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR) Bela Fama em Nova Lima, com a realização do tratamento dos resíduos gerados pela Estação de Tratamento de Águas Bela Fama; a capacitação de operadores de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) nos municípios envolvidos no Projeto e a ampliação da ETE Arrudas. Nessa obra serão investidos R$ 187 milhões, aumentando a capacidade de tratamento do esgoto coletado de 2.250 litros por segundo (l/s) para 3.375 l/s na ETE Arrudas. Com o aumento da capacidade, o percentual de esgoto coletado tratado passará de 88,43% para 91%.

IQA

Com relação ao IQA da bacia do Velhas, o monitoramento revela uma pequena piora na qualidade das águas. O resultado também se deve às chuvas registradas em 2011, principais responsáveis pelo carreamento de sedimentos ao curso d’água que, por estar localizado na Região Metropolitana da capital, sofre com as ações antrópicas (causadas pelo homem). Em 2010, a ocorrência de IQA Bom foi de 12% enquanto em 2011 foi de 9%. O IQA Médio que era 46% foi para 41%, o Ruim passou de 39% para 41% e o Muito Ruim de 3% para 4%.

Na busca de melhoria da qualidade das águas da bacia do Rio das Velhas, o Governo de Minas tem desenvolvido inúmeras ações. “Com o tratamento de esgoto podemos melhorar o Índice de Qualidade das Águas na bacia do Velhas. No entanto, isoladamente as ETEs não apresentam resultados rápidos com relação a esse indicador. Por isso, estão previstos no Projeto Estratégico para Revitalização da Bacia do Rio das Velhas- Meta 2014 investimentos para a recuperação de áreas degradadas contando com o acompanhamento da efetividade das ações do projeto com relação à melhoria da qualidade das águas (IQA, DBO), avaliação da balneabilidade (Coliformes Termotolerantes e outras substâncias tóxicas), implantação da rede de biomonitoramento, mapeamento de APP e mapeamento de usos do solo”, destaca a diretora geral do Igam.

 

 

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