Balanço divulgado nesta segunda-feira (15) pela Força-Tarefa Previncêndio do Governo de Minas revela que, nos três dias em que o Estado se mobilizou dando apoio no combate ao incêndio florestal que destruiu parte do Parque Nacional Serra do Cipó, cuja gestão é feita pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foram gastos cerca de R$ 500 mil com o uso de aeronaves e pessoal. O apoio, anunciado na última quarta-feira (10), pelo secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Adriano Magalhães, foi fundamental para debelar o incêndio, um dos mais graves registrados nos últimos anos.
De acordo com o coordenador operacional da Força-Tarefa Previncêndio, Henri Dubois Collet, o Estado mobilizou nove aeronaves, sendo quatro aviões air tractor e cinco helicópteros (quatro da Polícia Militar de Minas Gerais e um do Corpo de Bombeiros). Essas aeronaves, comandadas por 30 militares e oito pilotos, que trabalharam em escala de revezamento, sobrevoaram a área do parque atingida pelas chamas jogando água e transportando brigadistas que faziam o combate às chamas no solo. Foram necessárias 149 horas/voo desde o início da operação, na manhã de quinta-feira (10) até a tarde de sábado (13), quando o fim do incêndio foi confirmado.
Segundo Henri, ao chegar ao parque, na quinta-feira (11), a Força-Tarefa se deparou com três frentes de fogo. “A maior delas estava na região da Cachoeira da Braúnas. Eram cerca de sete quilômetros de extensão, em um ponto alto do parque. As outras estavam na encosta da Serra da Caetana e no Vale da Bocaina”, lembra. Para conseguir debelar as chamas, o comando da Força-Tarefa traçou uma estratégia e definiu a atuação dos cerca de 60 militares e 140 brigadistas e voluntários.
“Tomamos a decisão de trabalhar à noite, o que não é muito comum, mas é mais eficiente. À noite, com o clima fresco, sem o sol e o calor, as chamas diminuem e o rendimento é melhor. De quinta (11) para sexta (12) conseguimos combater o fogo na Cachoeira do Braúnas”, revela.
Na sexta-feira (12), com o apoio das aeronaves, brigadistas, bombeiros e voluntários, foi possível debelar as chamas que destruíam a encosta da Serra da Caetana. “Na noite de sexta (12), decidimos adotar a mesma estratégia e trabalhar durante a noite para apagarmos as chamas no Vale da Bocaina. Às 2h da manhã de sábado (13), começou a chuva que praticamente concluiu o trabalho”, explica.
Segundo Dubois Collet, no sábado (13) foram feitos sobrevoos de monitoramento em toda a área do parque atingida pelas chamas para certificação do término do incêndio. “Nesse monitoramento detectamos seis focos em matas de galeria e rapidamente trabalhamos no combate. Um deles chegou a crescer, mas felizmente foi debelado por volta das 15h de sábado (13). Somente às 16h30 demos a operação por encerrada”, destaca.
Além das aeronaves, o Estado ainda reforçou o auxílio no combate com um carro auto-bomba, uma caminhonete, um veículo pequeno, uma van e um ônibus para transporte dos brigadistas, uma ambulância e barracas para abrigar os combatentes.
“Apesar do Parque Nacional Serra do Cipó ser de responsabilidade do governo Federal e sua gestão ser feita pelo ICMBio, essa é uma Unidade de Conservação muito importante para o estado de Minas Gerais e, por determinação do governador Anastasia, não medimos esforços nem recursos financeiros para proteger a biodiversidade nela presente”, avalia o secretário Adriano Magalhães.
O Parque permanece fechado para visitação e informações sobre a reabertura podem ser obtidas na Administração pelo telefone 3718-7475.