O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Adriano Magalhães, foi convidado pela Faculdade de Administração Milton Campos (FAMC) para proferir uma palestra sobre as Diretrizes para Gestão Ambiental no Estado de Minas Gerais. O evento ocorreu na quarta-feira (24.10), às 19h30, no auditório da instituição.
O diretor do Campus da FAMC, professor Carlos Alberto Rohrmamn, fez a abertura do evento. Segundo ele, uma palestra como a do secretário Adriano Magalhães tem caráter construtivo e esclarecedor, contribuindo para a formação dos alunos. “O secretário Adriano Magalhães nos honra com sua presença tratando de um tema de extrema relevância nos dias de hoje”, disse.
Magalhães iniciou sua exposição fazendo uma contextualização econômica do estado, apontando suas principais atividades. Traçou, em seguida, um panorama ambiental de Minas, apresentando índices que retratam a situação dos biomas, da qualidade das águas e do ar. Discorreu sobre a importância das 36 bacias que o território mineiro abriga, dentre as quais cinco são bacias federais e destacou ainda os projetos de revitalização. “Temos o Meta 2014, de revitalização da Bacia do Rio das Velhas e o de revitalização das bacias dos rios Piracicaba, Paraopeba, Pará e Mogi-Guaçu/Pardo. Juntos, esses projetos somam investimentos do Governo de Minas da ordem de R$ 2 bilhões”, frisou.
Fotos: Janice Drumond/Ascom Sisema
Magalhães iniciou sua exposição fazendo uma contextualização econômica do estado
Os biomas presentes em território mineiro - Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga - foram apresentados pelo secretário. Segundo ele, a legislação protege bem a Mata Atlântica, mas não há proteção adequada para o Cerrado, área importantíssima no que se refere a recursos hídricos e biodiversidade. Abordou o erro existente na legislação que beneficiou a área de mata seca. “Foi um erro de cálculo no mapa que considerou essa área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado como Mata Atlântica, o que colaborou com sua preservação”, explicou.
A erradicação dos lixões foi outro ponto de destaque na palestra. Em 2001 Minas tinha um total de 823 lixões e atualmente são 275. “Com a implantação do Programa Minas sem Lixões, em 2003, erradicamos 67% dos lixões. Já avançamos muito na nossa política de tratamento de resíduos, mas o nosso principal objetivo é que até 2014 todos os municípios do nosso Estado disponham seus resíduos em aterros sanitários. Mas é preciso ressaltar que a destinação final do lixo é de competência do município e por isso precisamos contar com o esforço das prefeituras”, ponderou.
Previncêndio
Os bons resultados da Força Tarefa Previncêndio (FTP), que envolve diversos órgãos do Governo, criada em 2005 para prevenir e combater incêndios florestais, foram evidenciados durante a palestra. Integram a FTP a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (PCMG) e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec).
Magalhães citou a inauguração da Sala de Situação da FTP, que ocorreu no mês de agosto na cidade de Curvelo, região Central do Estado, que tem a capacidade de monitorar 100% dos focos de calor no território mineiro. “Com a estruturação do Previncêndio e os investimentos vultuosos do Governo de R$ 26 milhões em 2012, estamos conseguindo dar respostas rápidas no combate aos incêndios e com isso diminuímos em 75% a área queimada dentro das unidades de conservação estaduais. Isso é resultado do esforço conjunto da sociedade e dos setores envolvidos”, afirmou.
Segundo Magalhães, o objetivo é que até 2014 todos os municípios mineiros disponham
seus resíduos em aterros sanitários
O secretário finalizou com uma breve explanação sobre o funcionamento dos órgãos que compõem o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) – Secretaria de Estado de Meio ambiente e Recursos Hídricos (Semad), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) - e abordou as competências e os assuntos tratados pelas agendas marrom, verde e azul.
No encerramento, o professor da instituição e gerente do Instituto de Desenvolvimento Integrado (INDI), Aguinaldo Heber Nogueira, fez um comentário ressaltando que a palestra do secretário Adriano Magalhães contribuirá para fomentar e potencializar as discussões ambientais dentro da Faculdade. “As situações e projetos apresentados servirão de inspiração para reflexões acadêmicas”, concluiu.