Ações desenvolvidas pelo Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) em Minas Gerais, colocam o Estado na vanguarda das ações de combate a incêndios florestais no Brasil. Com investimentos na área de infra-estrutura, equipamentos e treinamento de brigadas, Minas Gerais conseguiu reduzir a área queimada no interior das unidades de conservação estaduais.
As ações para evitar e combater o fogo nas unidades de conservação são intensificadas entre os meses de maio e outubro, período crítico devido à escassez de chuvas. Trabalhos de prevenção são realizados principalmente junto às comunidades que vivem no entorno das áreas preservadas e incluem campanhas educativas, treinamento de brigadistas voluntários, sensibilização quanto ao uso correto do fogo, além da fiscalização com uso de aeronaves.
Durante o ano são realizados, em todo o Estado, cursos de combate e prevenção de incêndios florestais, com atividades como treinamento com helicópteros. Hoje, são mais de 2, 5 mil brigadistas voluntários. Em 2006 foram realizados 20 treinamentos e formados 472 brigadistas. Para 2007, a previsão é que sejam realizados outros dez treinamentos, que irão capacitar 300 novos combatentes.
A Força-Tarefa Previncêndio executa o trabalho de combate aos incêndios florestais. Mobilizada nos meses mais secos do ano, mantém um monitoramento contínuo da evolução dos focos de calor e dos riscos de incêndios florestais. Considerada a maior força de combate a incêndios da América Latina, a Força-Tarefa é coordenada pelo IEF em parceria com o Corpo de Bombeiros, as Polícias Militar e Civil e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.
Investimentos
Cerca de R$ 14 milhões já foram investidos entre 2005 e 2006 no Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais em Minas Gerais. Segundo a coordenadora da Força-Tarefa Previncêndio, Cláudia Melo, estão previstos investimentos de mais R$ 3 milhões até o final de 2007. Os recursos são provenientes do IEF, do Projeto de Proteção da Mata Atlântica de Minas Gerais (Promata-MG) e de compensações ambientais, repassadas pela Câmara de Proteção da Biodiversidade do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
O Diretor-Geral do IEF, Humberto Candeias Cavalcanti, observa que houve 40% de redução da área atingida por incêndios na comparação entre 2005 e 2006. Em 2005, 6.115,59 hectares foram queimados dentro das áreas de unidades de conservação do Estado, contra 4.100,81 em 2006. "Essa redução se deve muito ao trabalho da Força-Tarefa, pois a resposta no combate ao fogo á mais rápida e o trabalho, mais eficaz", diz Candeias. Segundo ele, se não fosse o sistema eficiente de detecção e o controle efetivo dentro das unidades de conservação, o número de áreas queimadas poderia ser o dobro.
O Estado é monitorado por três satélites que identificam os focos de calor e fornecem imagens a cada 30 minutos. De janeiro a julho de 2007 foram registrados 648 focos de incêndios no Estado, contra 643 em todo o ano de 2006. Fatores como a alta temperatura, a baixa umidade relativa do ar e os ventos fortes podem estar associados diretamente ao aumento do número de focos de incêndios. "Estamos vivendo um fato atípico em 2007 devido ao tempo seco e à falta de chuva. Isso provoca uma seca mais rápida da vegetação e com isso os riscos de incêndios se acentuam", ressalta Átila Dutra, técnico do Programa Previncêndio.
Segundo Cláudia Melo, cerca de 65% das causas de incêndios em Minas Gerais se devem à queima de pasto sem controle e sem autorização do IEF. "A falta de controle do fogo pela falta de aceiro, que é a falta de desbaste do terreno nas propriedades para impedir a propagação dos incêndios, também é responsável por um grande percentual de queimadas em Minas", afirma.
26/07/2007
Fonte: Ascom / Sisema