As Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) deram, nesta quarta-feira (07/11), em solenidade realizada na sede do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), um importante passo para recuperação socioambiental da bacia do Rio das Velhas.
Juntamente com Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, o Consórcio dos Municípios da Bacia do Ribeirão da Mata e as prefeituras de Capim Branco, Confins, Esmeraldas, Lagoa Santa, Matozinhos, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, São José da Lapa e Vespasiano, os órgãos assinaram Termo de Cooperação Técnica para elaboração do Programa de Saneamento Ambiental para a Bacia do Ribeirão da Mata. A assinatura do termo é uma ação prevista no Projeto Estruturador (PE) Revitalização do Rio das Velhas, Meta 2010.
O termo terá como produtos planos de ação nas áreas de fornecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem, disposição de resíduos sólidos, recuperação de fundos de vales e uso e ocupação do solo. O trabalho também irá definir, por meio de mapas georreferenciados, as áreas com maior potencialidade para ocupações futuras e o tipo indicado de uso do solo, considerando as orientações do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), dos planos diretores municipais e critérios para áreas cársticas e sítios arqueológicos.
O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e gerente do projeto estruturador, José Carlos Carvalho, explica que dentro do planejamento da Meta 2010, após as intervenções que estão sendo realizadas no Ribeirão Arrudas e do Onça, o próximo grande investimento será realizado na bacia do Ribeirão da Mata. "Isso necessariamente só terá sucesso se conseguirmos uma interação com as prefeituras para obtermos os melhores resultados", avalia.
Segundo a gerente-adjunta do Meta 2010, Myriam Mousinho, a previsão da finalização dos estudos que irão subsidiar as ações do programa é julho de 2008. "O Ribeirão da Mata é a terceira maior fonte de poluição do Rio das Velhas, além de ter impacto na frágil área cárstica de Lagoa Santa, por isso vamos realizar um grande trabalho de recuperação ambiental na área. Além do programa de saneamento também vamos realizar trabalho de recuperação de matas ciliares e da base florestal e ações de educação ambiental", informa.
Área Carste de Lagoa Santa
O Ribeirão da Mata está inserido em uma área calcária conhecida internacionalmente como área Carste de Lagoa Santa. Na região o naturalista Peter Lund desenvolveu importantes pesquisas nas áreas da arqueologia e paleontologia, onde levantou pela primeira vez a hipótese da coexistência do homem com os grandes mamíferos extintos. De acordo com o paleontólogo e presidente da Câmara de Atividades de Infra-estrutura do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), Castor Cartelli, a região é uma das áreas mais importantes do continente americano e ainda guarda vários testemunhos do passado.
O paleontólogo explica que o estudo dos registros da evolução humana é capaz de fornecer uma melhor compreensão da organização social e histórica da formação de nossa sociedade. "Esse rico patrimônio deve ser valorizado e protegido pelos órgãos governamentais e pela população local", afirma.
08/11/2007
Fonte: Ascom/Sisema