Há dez anos, o Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge) do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) trabalha na previsão do tempo e alerta de enchentes em Minas Gerais. Com equipamentos modernos, o sistema é um importante instrumento para a proteção da população, para o planejamento sócio-econômico e para a preservação do meio ambiente.
Atualmente, a principal atividade do Simge é o Sistema de Alerta a Enchentes que desde o dia 20 de outubro está trabalhando ininterruptamente e manterá este ritmo até 31 de março de 2008, período em que são registradas fortes chuvas. "O alerta a enchentes tem como objetivo identificar as possibilidades de inundações e assim minimizar perdas humanas e prejuízos materiais", explica Heloisa Moreira Torres Nunes, meteorologista idealizadora do Simge em Minas Gerais.
Já no período de seca, o Simge trabalha em conjunto com o Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) do Instituto Estadual de Florestas (IEF), localizando as regiões mais quentes e os focos de calor a fim de identificar as áreas com mais risco de incêndios. "Com a integração do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), o Simge disponibilizou os seus dados ao IEF unindo esforços para a proteção das florestas de Minas", explica Heloisa.
Ela destaca também a parceria com a Defesa Civil em todo o estado, especialmente nas cidades de Caratinga, Ipatinga e Itajubá, para onde são repassadas informações diárias sobre as precipitações de chuva, o que auxilia o trabalho de mobilização social. "A cada ano, o Simge incorpora mais cidades no Sistema de Alerta a Enchentes, adequando ou implantando a infraestrutura necessária para a medição hidrológica na região", destaca.
A meteorologista Paula Pereira de Souza, que trabalha no Simge, explica como funciona o sistema de alerta. Segundo ela, ele acontece em três níveis. No primeiro, um cenário de risco de enchente é identificado por meio da previsão de chuvas com até 54 horas de antecedência. Para a Defesa Civil esse é um estado de alerta 1que a coloca de prontidão.
No alerta 2, a população é informada pela Dedesa Civil da possibilidade de evacuação das áreas de risco. Esse estado é identificado com 48 horas de antecedência e tem a ver com o nível dos rios. No estado de alerta 3, as populações são convocadas a evacuar as áreas de risco com a assistência da Defesa Civil, antes que as inundações aconteçam.
Bacia do Alto Rio Sapucaí
Existe um trabalho especial de alerta na bacia hidrográfica do Alto Rio Sapucaí, que nasce em São Paulo, com redes de monitoramento e estações fluviométricas e/ou pluviométricas nas cidades de Campos do Jordão (SP), Borges, Água Limpa, Delfim Moreira, Itajubá e Luiz Dias. Esse sistema adota um esquema seqüencial de alertas sobre risco de enchentes que beneficia mais de 84.000 habitantes de Itajubá, freqüentemente sujeitos a inundações severas. Segundo Heloisa, está prevista, ainda, a implantação desta rede de monitoramento de recursos hídricos na Bacia do Rio Paracatu e na região do Triângulo Mineiro, onde já existem conflitos pelo uso da água.
Previsão do tempo
O Simge faz a previsão do tempo por meio de uma rede meteorológica que efetua transmissões de dados via satélite a cada três horas. O processamento e a disseminação destes dados para o sistema são feitos pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE). O Simge avalia esses dados, faz uma análise do clima no estado e disponibiliza as informações para a população no site http://www.simge.mg.gov.br/ e pelo telefone 08002835898.
Segundo Heloisa, esse modelo de previsão do tempo está sendo modernizado. "Conseguimos um computador mais avançado com o qual poderemos detalhar melhor os dados", completa.
08/11/2007
Fonte: Ascom/Sisema