"Grandes esforços financeiros, profundas transformações na civilização, na legislação humanística, além de muita eficiência energética são aspectos que precisam sofrer fortes mudanças para frear os impactos ambientais causados pelo homem". Essas conclusões foram apresentadas na última quarta-feira (12) pelo expositor e convidado especial, professor Sérgio Besserman, durante o "Bate Papo no Sisema: Discutindo a Política Ambiental do Estado".
Especialista no trato do tema Sustentabilidade, o professor do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP-RJ), Sérgio Besserman, apresentou o que ele considera o assunto mais importante do século XXI: o Aquecimento Global. "Proteger a natureza da qual fazemos parte e as populações futuras que sofrerão com as degradações é papel de todos nós", ressaltou.
O expositor relatou as transformações ocorridas no mundo desde a revolução industrial, que trouxe à tona a civilização dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo). Segundo ele, os gases de efeito estufa artificiais, causados pelo homem a partir da revolução industrial, são principalmente o CO2, o metano e o óxido nitroso. Esses gases provêm, especialmente, do uso de combustíveis fósseis, de queimadas de vegetação e do desmatamento. Levantamentos indicam que o Brasil está em 16º lugar em emissões de CO2 provenientes de combustíveis fósseis e em 4º lugar em emissão de CO2 de combustíveis fósseis e de mudanças no uso da terra (desmatamento na Amazônia). "O que aquece o planeta não é o fluxo das emissões e sim o acúmulo, o estoque desses gases ao longo dos anos", observou o professor.
Foram abordados também os resultados do Relatório Intergovernamental Sobre Mudanças do Clima (IPCC), apresentados no primeiro semestre de 2007. Besserman apresentou os cenários para o clima no planeta e alertou sobre as recomendações dos especialistas quanto ao aumento na temperatura na Terra. De acordo com ele o homem não deve permitir que o planeta aqueça mais que 2,4 graus no Século XXI. "Mudanças indispensáveis como disposição adequada do lixo, emissão de metano, mudança nos transportes e nas construções são necessárias, pois correspondem a 75% das emissões nas grandes cidades", alertou.
O Secretário de Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, comentou, durante o debate, a visão apresentada por Sérgio Besseman dos riscos que a humanidade corre se não frear os efeitos do aquecimento global. "Nossa visão é tão antropocêntrica, que não vemos que quem corre risco é a humanidade e não o planeta", destacou.
O evento contou também com a participação da professora do Departamento de Geografia da UFMG, Magda Luzimar de Abreu e do Diretor de Meio Ambiente da Fiemg, Vitor Feitosa.
13/03/2008
Ascom / Sisema