A criação de unidades de conservação como instrumento para o desenvolvimento sustentável foi o principal tema da palestra “Áreas Protegidas no Brasil e em Minas Gerais”, apresentada pelo diretor do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Humberto Candeias Cavalcanti, nesta terça (22/04), no 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade (Combio). O evento acontece até o dia 27 de abril, no Expominas, em Belo Horizonte.
Segundo Candeias, o projeto estruturador “Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica”, prevê para este ano a criação de 80 mil hectares de novas unidades de conservação. No entanto, ele destaca que não basta criar áreas protegidas, é importante investir na regularização fundiária. “O projeto do governo pretende fazer a regularização fundiária de 30 mil hectares, além da estruturação mínima de uma unidade com portaria, gerente, sistema de gestão e efetivo uso público”, afirma.
Humberto Candeias destaca a criação do Parque Estadual do Alto Cariri e do Refúgio de Vida Silvestre Mata dos Muriquis, no nordeste do Estado, em fevereiro. As duas áreas protegidas totalizam cerca de nove mil hectares, além de 35 mil hectares de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (categoria de unidade de conservação constituída por iniciativa de proprietários rurais), o que assegura o cumprimento de quase 50% da meta para 2008.
Ainda dentro das metas do Projeto Estruturador, está em estudo a criação de unidades de proteção integral nos municípios de Paracatu e Serranópolis (Norte), Grumarim (Zona da Mata) e na Serra de Ouro Branco. Os estudos para criação das unidades já incluem um diagnóstico da área para a regularização fundiária.
Projeto Pandeiros
Como exemplo de ação para a conservação do Cerrado e a diminuição do desmatamento em Minas Gerais, Humberto Candeias citou o trabalho realizado na região do rio Pandeiros, localizado nos municípios de Januária, Bonito de Minas e Cônego Marinho, no Norte do Estado. O local apresentou diminuição de 80% dos fornos ilegais após intensa fiscalização realizada pelo IEF, aliada à implementação de projetos de educação ambiental e geração de trabalho e renda de forma ambientalmente sustentável.
Segundo o Mapeamento da Cobertura Vegetal do Estado divulgado nesta terça-feira (22/04) no Combio, a cidade de Bonito de Minas, apresentou uma das maiores reduções do índice de desmatamento entre os municípios mineiros. No período de 2003 a 2005 foram desmatados 3,6 mil hectares, enquanto de 2005 a 2007 foram apenas 350.
Data: 22/04/08
Fonte: Sala de Imprensa