Os detalhes do projeto do Projeto Estruturador ‘Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica' foram apresentados nessa sexta-feira (25/04) no 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade (Combio), que acontece em Belo Horizonte. O projeto, coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), faz parte do esforço do Governo de Minas para melhorar a qualidade ambiental do Estado concentrando recursos e equipamentos nas metas estabelecidas.
"A meta é ampliar as áreas de vegetação nativa do Cerrado e da Mata Atlântica, recuperando 120 mil hectares até 2011", afirma o diretor-geral do Instituto, Humberto Candeias Cavalcanti. O trabalho será executado principalmente nas áreas de conexão entre os grandes maciços florestais dos biomas.
Ações para diminuir o desmatamento também serão executadas nos moldes do Projeto de Desenvolvimento Sustentável implementado em 2005 na região do rio Pandeiros, em Januária, no Norte de Minas. A região apresentava altíssimos índices de desmatamento, o que foi drasticamente reduzido.
"As comunidades da região receberam subsídios, equipamentos, insumos e assistência técnica para o desenvolvimento de atividades alternativas que minimizassem as ações predatórias", informa Candeias. Já estão em estudo ações no município do Serro, apontado pelo Mapa da Cobertura Vegetal de 2008 como um dos que mais sofrem com os desmates ilegais.
Unidades de Conservação
A criação e implantação de Unidades de Conservação é um dos componentes mais importantes do Projeto Estruturador, que prevê a criação de 400 mil hectares de áreas protegidas até 2011. A meta para 2008 é a criação de 80 mil hectares de novas UCs.
"Esse ano, já foram criadas duas unidades de proteção integral: o Parque Estadual do Alto Cariri e o Refúgio de Vida Silvestre Mata dos Muriquis, no nordeste do Estado, totalizando cerca de nove mil hectares", observa Humberto Candeias. "Somados aos 35 mil hectares em Reservas Particulares do Patrimônio Natural, representam cerca de 44 mil hectares", afirma.
Candeias destaca os investimentos nos mecanismos de prevenção e combate a incêndios florestais nas áreas protegidas do Estado. Ele cita a ampliação do número de bases da Força-Tarefa Previncêndio, que realiza o trabalho de combate ao fogo nos meses mais secos do ano. "Além de Curvelo e Januária, que já operam, este ano a base de Viçosa diminuirá ainda mais o tempo de resposta do IEF, reduzindo as perdas em função do fogo", explica.
Reserva Legal
Além dos recursos destinados às Unidades de Conservação, o IEF volta suas ações para as áreas protegidas de domínio privado. Diversos mecanismos de estímulo à conservação de áreas de reserva legal estão sendo criados para estimular os produtores rurais. A Reserva Legal é a área localizada no interior da propriedade e que deve ser equivalente a, no mínimo, 20% da área total, além de representativa do ambiente natural da região. A manutenção dessas áreas é necessária para garantir a conservação da biodiversidade e o abrigo e proteção da fauna e flora nativas.
Humberto Candeias observa que se todos os proprietários respeitassem as áreas de reserva, o Estado teria hoje cerca de onze milhões de hectares em áreas protegidas, o que representa um número quatro vezes maior que as atuais Unidades de Conservação estaduais existentes em Minas.
Para garantir a participação da sociedade, IEF e o Ministério Público juntaram forças para estimular o registro das áreas de reserva legal no Estado. No último dia 22, as instituições assinaram um Termo de Cooperação Técnica para o desenvolvimento de ações conjuntas. Entre as medidas acertadas, está a isenção da taxa de averbação para pequenas propriedades rurais.
Reflorestamento
A ampliação das áreas de reflorestamento em Minas envolve, além da ação do Estado, os setores produtivos e pequenos proprietários. "A meta é estimular o plantio de cerca de 700 mil hectares até 2011 para auto-suprimento, o que contribui para a diminuição a pressão sobre as matas nativas", explica Candeias. "Em 2007, somente o IEF foi responsável pelo plantio de cerca de 30 mil hectares de florestas", completa.
Humberto Candeias informa que o Projeto prevê estímulos à realização pesquisas sobre o uso de espécies nativas como alternativa ao plantio das espécies mais comuns: eucaliptos e pinus. Entre as espécies atualmente em estudo estão o Baru, o Vinhático e a Sucupira.
26/04/2008
Fonte: Sala de Imprensa
2º Congresso Mineiro de Biodiversidade