A descoberta de 14 novas espécies arbóreas em Minas Gerais, nunca antes publicadas, é um dos destaques do Inventário Florestal de Minas Gerais. Os dados foram apresentados pelo professor da Universidade Federal de Lavras (Ufla), José Roberto Scolforo, na última sexta-feira (25), durante o 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade (Combio).
Segundo o professor, durante a elaboração do estudo foi possível detectar as novas espécies que, agora, estão em processo de descrição por especialistas. Além disso, ele destacou outras 64 que, apesar de já serem conhecidas, nunca tinham sido registradas em Minas Gerais.
O trabalho permitiu, também, a quantificação de carbono existente em cada espécie que compõe o inventário. "Para descobrirmos esse dado, abatemos 2,5 mil árvores e as levamos para laboratório. Lá, descobrimos quanto cada uma tinha de carbono e geramos um modelo matemático. Medimos a altura e o diâmetro de cada árvore e entramos com esses dados na fórmula. O resultado é a quantidade de carbono que cada uma estoca", explicou Scolforo.
Com isso, ele explica que foi possível extrapolar esse cálculo para as florestas mineiras. "Por meio de técnicas de amostragem e do Mapa da Cobertura da Vegetação Nativa do Estado de Minas Gerais sabemos o quanto tem de carbono estocado nas florestas do Estado", esclareceu o professor.
Scolforo afirmou que dados como esse mostram que Minas Gerais é um Estado limpo, que faz boa gestão ambiental e, por isso, é capaz de atrair grandes investimentos econômicos.
O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, ressaltou que o inventário, bem como o Mapa da Cobertura da Vegetação Nativa e o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) serão validados como documentos oficiais e servirão para nortear toda a base normativa do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema).
"Esse trabalho não se trata apenas de um contrato de consultoria. Ele faz parte das políticas do Sisema, inseridas em um Projeto Estruturador, que está entre os projetos tidos como prioritários pelo Governo de Minas", disse José Carlos Carvalho, referindo-se ao Estruturador ‘Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica.
Carvalho destacou a expectativa de continuar trabalhando para aprimorar os métodos de gestão. "Não estamos fazendo isso apenas para o Sisema, Instituto Estadual de Florestas (IEF) ou Governo. Essa ferramenta será usada por nós e também pelos empresários, consultores, produtores rurais e outros interessados. É uma ferramenta para melhorar a gestão ambiental no Estado", completou.
26/04/2008
Fonte:Sala de Imprensa
2º Congresso Mineiro de Biodiversidade