Um convênio firmado entre o Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), por meio do Instituto Estadual de Florestas (IEF), e a Fundação Educacional Vale do São Francisco (Fevasf) pretende recuperar e proteger a biodiversidade da Lagoa Marginal de Inhuma, no Centro-Oeste mineiro. Serão desenvolvidas, até dezembro de 2008, ações que subsidiem a preservação do berçário natural da ictiofauna no rio São Francisco, a recomposição de matas ciliares e a produção de um banco de essências vegetais nativas.
A parceria entre as instituições foi firmada em consonância com a Lei 14.181, de janeiro de 2002, que dispõe sobre a proteção da fauna e flora aquática no Estado de Minas Gerais. A Lei prevê, ainda, ações na sub-bacia hidrográfica dos afluentes do Alto São Francisco, como a recuperação de áreas degradadas, a reconstrução de Áreas de Preservação Permanente, a formação de corredores ecológicos e a criação de áreas de conectividade, o incentivo à averbação de Reserva Legal e a proteção de nascentes. O enriquecimento florestal, o fomento a atividades de manejo sustentável, processos de Educação Ambiental e inventários de flora e ictiofauna da bacia são também contemplados pela Lei.
Localizada a aproximadamente 1.500 metros do rio São Francisco, em região de Mata Atlântica, a lagoa marginal de Inhuma constitui-se em um importante sistema para o desenvolvimento de ovos e larvas de várias espécies de peixes. Porém, atividades humanas, principalmente aquelas relacionadas ao cultivo de cana-de-açúcar, têm sido responsáveis pela eliminação desses sistemas na região. Para reverter este quadro, as ações previstas no convênio assinado entre IEF e Fevasf pretendem sensibilizar e educar os moradores do entorno para a permanência da lagoa, de forma a diminuir o assoreamento e restaurar a fauna e ictiofauna local.
Recursos – O investimento total será de R$ 235 mil, sendo R$ 45 mil de participação da Fevasf, como contrapartida, e R$ 190 mil do IEF. Os recursos serão liberados conforme o Plano de Trabalho, mas as prioridades serão reabilitar, preservar e recuperar matas ciliares e áreas naturais de reprodução e de monitoramento, aliadas a um trabalho educativo que seja capaz de refletir na sustentabilidade das ações ambientais na lagoa marginal de Inhuma. As ações serão desenvolvidas também com a parceria da Polícia Ambiental e da Prefeitura de Iguatama. Atividades como diagnóstico, inventário da ictiofauna da lagoa, levantamento florístico, coleta de sementes, produção de mudas, recuperação de 15 hectares de reserva legal, manutenção do plantio, criação de corredores ecológicos, educação ambiental, monitoramento e avaliações serão executadas até dezembro deste ano.
O marco zero do projeto foi realizado no ultimo mês de abril, durante reunião realizada em Iguatama com a participação de técnicos da Diretoria de Biodiversidade do IEF e da Fevasf. Na ocasião foi realizada uma visita à Lagoa de Inhuma e elaborado um diagnóstico sobre a situação do rio São Francisco na região. Para o mês de maio já está programado um curso de GPS e georeferenciamento, além de ações para reabilitação, cercamento, orientação e apoio à averbação de reserva legal e coletas de sementes, que serão realizadas em diferentes épocas visando encontrar uma maior diversidade.
Data 08/05/2008
Fonte: Ascom Sisema