Ampliar a área de floresta plantada de 1,2 milhão de hectares para dois milhões para atingir a auto-sustentabilidade em carvão vegetal em 2015. Essa foi a proposta debatida pelos secretários de Estado de Agricultura, Fazenda, Desenvolvimento Econômico, Planejamento, Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, juntamente com representantes do setor produtivo e de universidades mineiras, nesta segunda-feira (12) no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG. O encontro ocorreu na 1ª reunião da Câmara Técnica Estadual de Desenvolvimento Florestal de Minas Gerais.
De acordo com o presidente da Câmara, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana, a política de desenvolvimento florestal mineira tem o objetivo de transformar Minas em um estado auto-sustentável em matéria-prima que promova o desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente. "As premissas públicas para o desenvolvimento florestal são o crescimento econômico, a mitigação da pobreza e a produção sustentável", declarou.
Na avaliação do secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, a política de desenvolvimento florestal deve, necessariamente, contemplar também incentivos ao desenvolvimento de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). "O mercado de crédito de carbono já é uma realidade e os produtores do Estado têm uma excelente oportunidade para gerar divisas", avaliou.
O secretário também destacou as ações já em curso na secretaria de Meio Ambiente para agilizar a regularização ambiental na agricultura e desonerar os produtores rurais. José Carlos Carvalho citou como exemplo a revisão do Decreto 44.309, que estabelece as penalidades por descumprimento da legislação ambiental, e da Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) nº 74, que irá alterar os parâmetros para a produção agropecuária. "Áreas antropizadas com reserva legal já averbada ou em processo de averbação serão dispensadas do licenciamento", explicou.
O Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), que faz uma avaliação específica sobre a aptidão do território mineiro ao plantio de eucalipto, e o Inventário Florestal do Estado, que faz uma análise detalhada da cobertura vegetal do Estado, foram instrumentos também citados pelo secretário como exemplos de avanços na administração e de ferramentas desenvolvidas pelo Estado para a gestão integrada dos recursos florestais. "Essas ferramentas permitem que o Estado e o setor produtivo avaliem as potencialidades regionais e desenvolvam estratégias de investimento e preservação", disse.
1º do ranking
De acordo com dados da Seapa, Minas ocupa o 1º lugar no Brasil na produção de florestas plantadas, sendo responsável por 23,2% da produção nacional. Em 2007 foram plantados 160 mil hectares de eucalipto, mas de acordo com dados da Seapa, seriam necessários 250 mil para se atingir a auto-sustentabilidade. Segundo explica Gilman Viana, é de vital importância o incentivo ao setor, pois um hectare de floresta plantada equivale a cerca de 10 ha de floresta nativa. "O plantio com técnica gera melhor aproveitamento da floresta plantada e diminui a pressão sobre a mata nativa", explicou
O carvão vegetal responde por 21,9% das fontes energéticas renováveis no Brasil, informa a Câmara Técnica de Desenvolvimento Florestal com base em levantamento do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Associação Mineira de Silvicultura (MAS). Em Minas Gerais, o carvão vegetal e lenha participam com 33%, seguido de petróleo/gás natural, energia hidráulica, carvão mineral e derivados e outras fontes. Da área total com cobertura vegetal do Estado, de 58,8 milhões de hectares, cerca de 1,2 milhão, ou 1,9% é de florestas plantadas. Para a vegetação nativa são 19,8 milhões de hectares, ou 33,65% da área total. Além disso, cerca de 80% da matéria-prima destinada a produção de carvão vegetal em Minas Gerais provém das plantações florestais.
13/05/2008
Fonte: Ascom / Sisema