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Encontro de Pescadores abre Caravana Ambiental

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Pescadores do Vale do Jequitinhonha reuniram-se em Almenara, a 744 quilômetros de Belo Horizonte, para discutir a sustentabilidade da atividade. O encontro, realizado nesta quarta-feira (14), abriu a Caravana Ambiental do Baixo Jequitinhonha e contou com a presença da Colônia de Pescadores, duas associações e aproximadamente 160 profissionais da região.

Durante o evento, o gerente de Fauna Aquática e Pesca do IEF, Marcelo Coutinho Amarante, alertou que a fauna de peixes de água doce do Brasil, considerada a mais diversificada do planeta, vem sendo rapidamente destruída por atividades humanas. Segundo ele, as ações mais impactantes são a sobrepesca, ou seja, a pesca em excesso, a destruição de alagadiços, que são as lagoas marginais onde os peixes se reproduzem, além da poluição, represamento de rios e pesca predatória.


O presidente da Colônia de Pescadores do Vale do Jequitinhonha, Israel Alves Reis, destacou que os tamanhos mínimos exigidos pela legislação para captura e transporte de espécies nativas não correspondem aos tamanhos encontrados na região. Segundo Israel, os peixes, no Jequitinhonha, não alcançam o tamanho mínimo exigido pela legislação.  "O cascudo chega a um tamanho máximo de 20cm e a portaria estabelece que só pode ser capturado cascudos a
partir de 40cm". 


Os pescadores solicitaram ainda uma reavaliação do período de piracema para o Jequitinhonha. Segundo relatos, vem ocorrendo variações no período de desova dos peixes e algumas espécies apresentavam ovas ainda no mês de maio. A piracema ocorre tradicionalmente entre primeiro de novembro e 28 de fevereiro do ano subseqüente e é fundamental para a reposição das espécies que vivem nos rios, barragens e represas.


Para a superintendente regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Jequitinhonha, Eliana Machado, será necessário realizar estudos para identificar as causas dessas alterações e implementar ações eficazes. "A resolução de muitos dos problemas, levantados pelos pescadores, depende de pesquisas sobre a fauna aquática e a Caravana formalizará um documento para encaminhamento das demandas aqui apresentadas às instituições competentes", explica.  

Peixe Vivo

Durante o encontro, a bióloga da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Raquel Fontes, apresentou o programa "Peixe Vivo", lançado em junho de 2007, que prevê a criação e expansão de ações voltadas para a preservação da fauna aquática nas bacias hidrográficas, onde existem empreendimentos da Cemig. Segundo Raquel, o "Peixe Vivo" investe em estudos para definir diretrizes e ações que promovam a melhoria e a proteção dos peixes, além de
alternativas para que a geração de energia cause o menor impacto possível no ambiente aquático.


Na região do Jequitinhonha, a Cemig opera, desde 2006, a Usina Hidrelétrica de Irapé. Construída em 2002, a área do reservatório é de 142,95 km2. A empresa realiza o monitoramento da qualidade das águas, fauna aquática e da piracema. Ainda de acordo com a bióloga, estudos identificaram na bacia 41 espécies de peixes, incluindo o surubim, que está na lista das espécies ameaçadas de extinção no Brasil.


O analista de desenvolvimento rural da Fundação Rural Mineira (Ruralminas), Augusto César Soares dos Santos, apresentou o programa "Piscicultura no Semi-árido", desenvolvido pela instituição e explicou que já foram instalados  400 tanques-rede, sendo 200 em Araçuaí, 100 em Salto da Divisa e 100 em Craúno. O analista destacou que esses municípios somados ao de Matias Cardoso são os pólos de piscicultura no Vale do Jequitinhona.

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