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Seminário em Contagem mobiliza sociedade para a Meta 2010

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Com o objetivo de divulgar e mobilizar a sociedade civil, o poder público e a iniciativa privada em prol da revitalização do rio das Velhas até 2010 e buscar a participação integrada de diversos segmentos, foi realizado nesta quarta-feira (21), em Contagem, o Seminário “Meta 2010”. O evento contou com a participação de representantes de diferentes setores sociais, professores da rede municipal de ensino de Contagem e de organizações não-governamentais (Ongs).

Organizado pelo Projeto Manuelzão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Prefeitura Municipal de Contagem e Copasa, o seminário teve como finalidade envolver a comunidade em ações de educação ambiental que promovam a sensibilização mobilizando e gerando ações pró-ativas da sociedade civil no que se refere às intervenções de saneamento propostas pelo poder público.   

O coordenador de educação ambiental do Projeto Manuelzão, Marcus Vinicius Polignano, ressaltou a importância da água como um bem fundamental para os ciclos econômico e da vida. Segundo Polignano o rio das Velhas, especialmente, sofre uma degradação histórica, desde o ciclo do ouro, sendo a bacia mais impactada em Minas Gerais. “Historicamente a bacia do Velhas foi a que mais deu sustentação de vida à sociedade e por isso, temos o compromisso de revitalizá-la”, argumentou.

A disposição inadequada do lixo, a poluição por esgotos, a ocupação das margens dos rios e a erosão do solo foram apontadas por Polignano como as principais causas da degradação dos córregos. “Temos o desafio de internalizar nas pessoas a concepção de mundo, de que fazemos parte do meio ambiente e que precisamos revitalizar antes de tudo a nossa própria vida”, frizou.  

A analista ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), Ana Eduarda Morais, argumentou que a participação integrada está prevista na Lei 9.433/1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A Lei propõe que a gestão compartilhada seja exercida pelos Comitês de Bacia, em cuja composição devem estar presentes representantes do poder público, usuários de água e sociedade civil organizada. ”A construção e participação nesse processo é um direito de todos”, ressaltou.

Ana Eduarda apresentou as intervenções de saneamento e recuperação ambiental que visam alcançar a melhoria da qualidade das águas da bacia do rio das Velhas até 2010. De acordo com ela, o foco das ações da Meta 2010 é a região mais poluída da bacia do Velhas, que vai de sua foz no rio Itabirito até o ribeirão Jequitibá. “Em 2007, a Meta 2010 passou a ser um dos Projetos Estruturadores do Governo de Minas, que por meio da Semad vem articulando ações com os vários parceiros para que as metas sejam alcançadas”, argumentou.

Programa Caça-Esgoto – O programa Caça-Esgoto, desenvolvido pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), foi apresentado pela técnica da divisão de macro operações de esgoto, Solange Maria da Costa.

De acordo com Solange, o programa destina-se a identificar e eliminar todos os lançamentos de esgoto em redes pluviais e cursos d´água. “Esse é o principal programa da Copasa para atingir os objetivos da Meta 2010”, frisou.

Além disso, o programa objetiva direcionar os esgotos gerados nas bacias do ribeirão do Onça para as respectivas ETEs existentes, despoluir os córregos e ribeirões da Região Metropolitana de Belo Horizonte, implantar interceptores e interligar coletores em parceria com as prefeituras municipais.

Um convênio firmado entre Copasa e Prefeitura Municipal de Contagem, prevê um investimento total de cerca de R$ 116 milhões em ações na bacia do rio das Velhas. Desde a implantação do programa já foram concluídos 22 empreendimentos. Em 2008 já estão em andamento sete obras com um investimento de R$ 8 milhões. Até 2011 outras 21 obras serão realizadas na Bacia.

Alfabetização Ecológica e Bacia Hidrográfica – A representante da Copasa, Ana Mansoldo ressaltou a importância da percepção de que viver na bacia hidrográfica significa buscar soluções ambientais para essa bacia. “Este é o lugar ao qual pertencemos, ele nos diz quem somos e qual é a nossa responsabilidade”, disse.

Mansoldo comparou a bacia hidrográfica a um corpo humano. “A bacia é um corpo; o rio, a vegetação, as pessoas, os animais, as empresas, as instituições que ali vivem são os órgãos desse corpo”, observou.

De acordo com ela, uma boa solução ambiental será aquela que não provoque problemas, que busque a saúde integral do ambiente, que considere as partes envolvidas, que esteja em harmonia com os valores culturais locais e que aceite as limitações da própria área. “As soluções ambientais têm que acontecer na prática, onde estão os problemas e devem contar com o conhecimento técnico, mas também com a sabedoria de quem vive no local e conhece de perto os problemas enfrentados”, frisou.
 
Data: 21/05/08
Fonte: Ascom / Sisema

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