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Governo de Minas entrega Kits de coleta de materiais recicláveis a catadores da capital

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 Foto: Dirceu Aurélio

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O secretário adjunto de Meio Ambiente, Leonardo Rodrigues,  (da esquerda para direita) recebeu o governador Romeu Zema e os catadores no CMRR

 

A partir deste sábado (10), junto aos 5,5 milhões de foliões que vão ocupar as ruas de Belo Horizonte, outro grupo também fará parte da folia para mantê-la sustentável e rentável. São os catadores do ReciclaBelô, programa de reciclagem popular do carnaval de BH de iniciativa de cooperativas de catadores de materiais recicláveis de BH, e lançado neste ano pelo Governo de Minas e Ministério Público de Minas Gerais. Durante os quatro dias de festa, haverá cerca de 300 trabalhadores pelos blocos, que receberão uma diária de R$ 150, pagamento por serviços ambientais, além da quantia referente ao material recolhido.

 

Nessa quinta-feira (8), o Governo de Minas promoveu um encontro com os catadores e parceiros da iniciativa para distribuir os kits de coleta de materiais recicláveis, dando o pontapé inicial ao trabalho na folia. O evento ocorreu no Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), e contou com a presença do Governador Romeu Zema, do secretário adjunto de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Leonardo Rodrigues, entre outras autoridades. Estiveram presentes cerca de 200 catadores da capital.

 

Os profissionais receberam blusa, luvas, protetor solar com repelente, capa de chuva, tênis, chapéu e mochila saco para armazenamento dos pertences. Os primeiros kits foram entregues pelo governador Romeu Zema, que destacou a importância do programa para a geração de renda dos profissionais que colaboram para manter a cidade limpa. “É a primeira vez que estamos fazendo um plano para o carnaval para que a coleta do material seja mais produtiva, selecionada e possa trazer mais renda para quem atua nesta atividade que eu considero totalmente nobre”, disse.

 

Zema ressaltou que este material iria para lixões e para aterro sanitário e que, com a atividade dos catadores, vai ter uma duração muito maior e ainda se transformar em renda. “Nós estamos evitando a poluição e gerando uma atividade econômica e social”, completou o governador de Minas.

 

Sustentabilidade

 

Fotos: Robson Santos/Ascom Sisema

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Os profissionais receberam blusa, luvas, protetor solar com repelente, capa de chuva, tênis, chapéu e mochila saco para armazenamento dos pertences

 

O material recolhido pelos catadores será encaminhado a galpões de triagem das cooperativas que são referência, serão prensados e armazenados para comercialização junto a indústrias de reciclagem.  “Este evento é um pontapé inicial para o programa ReciclaBelô, um programa dos catadores que, agora, conta com o apoio do Governo de Minas. Entregamos os kits para que esses trabalhadores possam cumprir esse papel fundamental de dar a destinação apropriada aos materiais recicláveis, contribuindo com a sustentabilidade e a com a própria consciência da população. A nossa expectativa é de alcançarmos as 40 toneladas de material reciclado ao longo desses dias”, comentou o secretário adjunto da Semad, Leonardo Rodrigues.    

 

O subsecretário de Saneamento da Semad, Anderson Diniz, ressaltou que a entrega dos Kits representa a política pública inclusiva e de valorização dos catadores. “Eles são um dos principais atores do carnaval, por representarem a limpeza de BH nesse período. Os kits são uma proteção para o trabalho realizado por eles. Além dessa segurança, há a diária de R$ 150 que viabiliza essa prestação de serviço tão importante para a sustentabilidade da festa”, disse Anderson.

 

Visibilidade

 

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O lanche e jantar oferecidos aos presentes foram feitos pelo Coletivo Amigas

 

Os catadores de materiais recicláveis de Belo Horizonte já promoveram a reciclagem no carnaval da cidade em outros anos, porém de forma autônoma, sem apoio financeiro e institucional. “O ReciclaBelô é um programa dos catadores para os catadores. Este ano estamos sendo reconhecidos, ao recebermos o apoio do Governo de Minas, do Ministério Público e da prefeitura. Esse kit é uma representação desse reconhecimento, pois está nos dando mais dignidade. A partir de agora, as pessoas nos veem e sabem que estamos trabalhando e prestando um serviço para a cidade”, disse a catadora Neli Medeiros, da cooperativa Copersoli Barreiro. O ReciclaBelô também conta com a parceria da Copasa e da Cemig.

 

Para esses profissionais, o aumento da renda com o programa é o maior incentivo. Segundo Creuza Alves, que há 10 anos vive com a renda da coleta de material reciclável, a iniciativa vai ajudar a pagar as contas de casa. “Este dinheiro vem para ajudar a pagar as nossas contas e gera renda para quem vive desta atividade, além de deixar a cidade com menos lixo. Queria deixar um recado para os foliões, que ao invés de jogar as latinhas no chão procure um catador e deposite o material na sua sacola de coleta”, recomenda.

 

Essa é também a alegria de Maria Madalena Duarte Lima, de 62 anos.  Catadora desde os 12 anos, ela conta que o apoio ao ReciclaBelô é uma valorização do trabalho da categoria. “É muito importante esse apoio que estamos recebendo. Esse programa reúne catadores cooperados de várias localidades e aqueles que não pertencem às cooperativas. Essa estrutura enxerga a nossa realidade e nos permite a fazer essa união”, diz.
    
Essa rede entre os trabalhadores também foi ampliada durante o evento de entrega dos Kits. O lanche e jantar oferecidos aos presentes foram feitos pelo Coletivo Amigas, que contou com o auxílio da catadora Maria Santos Vieira, conhecida como Florzinha. “Dentro da economia solidária, temos a rede de reciclagem, de confecção, artesanato, cosmético e alimentação. Mulheres de cada empreendimento da rede de alimentação se uniram e fizeram o ‘Delícia das Amigas’, que hoje presta serviço em eventos, dentro do conceito de gerar trabalho e renda às pessoas. Hoje, este encontro para entrega de Kits gerou renda para essas mulheres, que estão aqui satisfeitas em cozinhar para todos os catadores e autoridades”, disse Maria.
 

Centrais de coleta

 

O Recicla Belô foi lançado em 26 de janeiro deste ano, com o apoio do Estado de Minas Gerais, MPMG, Copasa, Cemig e Prefeitura de Belo Horizonte, para fortalecer o reaproveitamento de latinhas e plásticos neste período de festa, a partir da implementação de centrais de reciclagem nas ruas da capital mineira. São locais que servem como ponto de apoio logístico para a coleta e distribuição de itens aos trabalhadores, como alimentação, equipamentos de proteção individual (EPIs) e acesso exclusivo aos banheiros.

 

Estão sendo cadastrados 300 catadores, que poderão realizar a coleta diária mínima de 30kg de latinhas e plásticos. Eles receberão uma diária no valor de R$ 150, como pagamento por prestação de serviços ambientais, e o preço referente ao material comercializado nas centrais.

 

Entre os dias 10 e 13 de fevereiro, serão implementadas três centrais fixas de reciclagem nas regiões Leste e Centro-Sul da capital. Os locais serão equipados com mesa de triagem, estocagem temporária de recicláveis, balança para pesagem dos materiais e espaço de atendimento, além de energia elétrica. Haverá, ainda, centrais móveis pelos blocos.

 

Financiamento

 

O ReciclaBelô foi idealizado por lideranças de catadores em BH e pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O programa recebeu financiamento de R$ 592 mil por meio da Plataforma Semente, do Ministério Público de Minas Gerais, que gerencia recursos de Medidas Compensatórias Ambientais. Essa plataforma recebe propostas socioambientais de instituições do terceiro setor, empresas privadas e do poder público. A Copasa também investiu R$ 282 mil no ReciclaBelô, ampliando o alcance da iniciativa.

 

Luciane Evans
Ascom/Sisema

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