Estudos divulgado na 3ª reunião do Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas comprovam que preservação das florestas é uma grande contribuição do Estado para o combate aos efeitos do aquecimento global no planeta.
A preservação das florestas é uma grande contribuição do Estado para o combate aos efeitos do aquecimento global no planeta. Somente as matas nativas de Minas Gerais garantem o seqüestro de 1,5 bilhão de toneladas de gás carbônico (CO2) da atmosfera por ano. Um volume significativo diante das emissões de CO2 do Estado, avaliadas em cerca de 156 milhões de toneladas no ano de 2005.
Os dados, divulgados durante a 3ª reunião do Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas realizada nesta quarta-feira (13), fazem parte do Inventário Estadual das Emissões de Gases de Efeito Estufa de Minas Gerais e do estudo ‘Equações de Volume, Peso de Matéria Seca e Carbono para Diferentes Fitofisionomias da Flora Nativa', parte do Inventário Florestal do Estado. As pesquisas são utilizadas pelo Governo de Minas na elaboração de políticas públicas que contribuam para conter os efeitos das mudanças climáticas.
O Inventário Florestal, elaborado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) em parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla), indica que cerca de um terço do território mineiro está coberto por vegetação (mata nativa e floresta plantada). O cálculo que avalia a quantidade de carbono retida na madeira e a quantidade do gás capturado na atmosfera pelas florestas nativas e plantadas revela saldo positivo.
O pró-reitor de Pesquisa da Ufla, José Roberto Scolforo, explica que o carbono existente nas árvores permanecerá eternamente no seu interior, ainda que sejam cortadas. O carbono faz parte da vida e nas diferentes etapas do desenvolvimento das árvores é gerado e consumido."O desequilíbrio que presenciamos agora vem dos excessos despejados na atmosfera, como acontece, por exemplo, nos incêndios florestais quando esse carbono estocado é liberado", afirma.
Emissão de gases
De acordo com os dados preliminares do primeiro Inventário Estadual das Emissões de Gases de Efeito Estufa, o setor de geração de energia é a atividade que mais contribui para as emissões de CO2 em Minas Gerais. O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Paulo Eduardo Fernandes de Almeida, explica que o gás carbônico lançado pelo setor é originário da produção, armazenamento e distribuição da energia.
Apesar da contribuição no lançamento de CO2 na atmosfera, o setor energético mineiro adquiriu vantagem ao adotar fontes renováveis, como o etanol, bagaço e lenha de reflorestamento. "Dos combustíveis utilizados em Minas, 51% são baseados em fontes renováveis o que evitou a emissão de cerca de 50 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera em 2005 que seriam produzidos pelo uso de combustíveis fósseis", explica Paulo Almeida.
O Inventário Estadual das Emissões de Gases de Efeito Estufa de Minas Gerais está sendo elaborado pela Feam e pelo IEF, com o apoio do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas - Centro Clima, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O trabalho permite identificar as atividades econômicas que mais contribuem para a emissão de gases de efeito estufa no Estado.
Fórum Mineiro
O secretário-executivo do Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas, Milton Nogueira, afirma que os estudos científicos garantem precisão às ações adotadas para conter o aquecimento global. "Entender o problema é essencial para buscar soluções", ressalta. Ele destaca que o Brasil, embora não tenha o compromisso formal de reduzir emissões, vem adotando diversas medidas para conter o aquecimento global. "Ações semelhantes têm de ser tomadas em todo o mundo para garantir a eficácia", observa.
A redução do consumo de matéria-prima proveniente das matas nativas é uma das metas estabelecidas no Projeto Estruturador Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica. Em 2008, cerca de R$ 10 milhões foram investidos pelo Governo do Estado em programas de recuperação de áreas degradadas, projetos socioambientais e de pesquisas florestais e energéticas. Com os esforços que resultaram na redução da taxa de desmatamento do Estado em cerca de 30% nos últimos dois anos e a execução dos projetos de reflorestamento, pretende-se ampliar em 120 mil hectares a área do Estado com cobertura de vegetação nativa até 2011.
O Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas Globais foi criado em 2005 para estimular a discussão sobre os efeitos das mudanças climáticas globais e, a partir dos subsídios, formular as políticas públicas que vêm sendo implementadas em Minas. Presidido pelo governador Aécio Neves, tem representantes de organizações não governamentais, do setor produtivo, de universidades e entidades de pesquisa e de nove secretarias estaduais.
Fonte:
Ascom / Sisema