Realizado em parceria com o Sistema Estadual de Meio Ambiente, evento tem como tema os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
No primeiro dia do 7º Festival Lixo e Cidadania, que acontece até o próximo sábado, 06, no Centro Mineiro de Referência em Resíduos, em Belo Horizonte, o papel dos catadores como agentes da preservação do meio ambiente foi mais uma vez reforçado. O trabalho realizado pelos catadores nas últimas décadas, de acordo com o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), José Cláudio Junqueira, é um importante fator para o controle dos índices ambientais.
"Os catadores são agentes ambientais. Ao promoverem a coleta dos recicláveis eles contribuem para a melhoria da qualidade do ar, água e solo, além de aumentarem a vida útil dos aterros sanitários e promoverem o uso racional dos recursos naturais. Temos muito orgulho do trabalho que vem sendo realizado nos últimos 50 anos", afirmou Junqueira na abertura oficial do evento.
Também durante a cerimônia de abertura, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, ressaltou a importância da 7ª edição do Festival acontecer no Centro Mineiro de Referência em Resíduos. "O Centro é um espaço para colocar em evidência que a sustentabilidade é possível e deve ser praticada, e é isso o que mostra esse Festival. Agradeço, em nome do Governo de Minas, aos catadores de recicláveis esta oportunidade de recebê-los", declarou. "Apesar de hoje trabalharmos mais felizes e com mais estrutura, os catadores ainda estão muito excluídos da sociedade. Por isso esse Festival é um momento de reflexão e de reivindicação para todos nós. O Festival é um símbolo da esperança", completou a representante da ASMARE, Maria das Graças.
Parceria - O 7º Festival Lixo e Cidadania é promovido pelo Fórum Estadual Lixo e Cidadania, com apoio do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).
A Semad e a Feam, que também participam do grupo coordenador do Fórum Mineiro Lixo e Cidadania, apóiam o Festival desde a primeira edição. "Minas constrói a gestão de resíduos de forma bastante participativa e com foco além da questão ambiental, contemplando também o fator social, o que fica evidenciado no apoio às atividades dos catadores", ressalta José Aparecido Gonçalves, organizador do evento.
Direitos humanos - Os 60 anos da publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e sua aplicação no mundo globalizado foi tema de conferência realizada nessa quarta-feira, 03, dentro da programação do 7º Festival Lixo e Cidadania. O evento teve como expositores a presidente da Fundação France Libertes, Madame Danielle Mitterand, e o filósofo e doutor em política pela Universidade de Turim, Leonardo Boff.
Compondo a mesa de debatedores, junto com a consultora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Dra. Nana Minnimi, e do representante do Movimento Nacional dos Catadores, Alexandre Cambion, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, defendeu a inclusão definitiva dos catadores de matérias recicláveis na sociedade. "Não podemos fazer uma boa política de resíduos que seja excludente em relação ao papel dos catadores e das comunidades que vivem dessa atividade em Minas e em todo o Brasil", frisou.
De acordo com o Coordenador-Geral do Festival, José Aparecido Gonçalves, um dos objetivos do evento é ressaltar a importância de tornar a Declaração uma realidade para todas as pessoas. "A Declaração dos Direitos Humanos deve ser o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações. Cada indivíduo e cada órgão da sociedade deve promover o respeito a esses direitos e liberdades, através da adoção de medidas que assegurem o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva", afirmou.
A Declaração é um dos documentos básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. Foi adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, como resposta aos horrores da Segunda Guerra Mundial.