Evento discute experiências de revitalização de rios em todo o mundo.
Na abertura do ‘1º Seminário Internacional sobre Revitalização de Rios', nessa segunda-feira (08/09), o superintendente de Gestão de Projetos Especiais da Diretoria de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Carlos Eduardo Carrela, apresentou o trabalho de recuperação desenvolvido no rio Tietê. O evento, promovido pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), reúne até quarta-feira em Belo Horizonte, especialistas em revitalização de rios que apresentarão experiências realizadas na França, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, além de trabalhos executados em Minas Gerais.
O rio Tietê cruza toda a região metropolitana da capital paulista e recebe a carga de esgotos de 34 municípios da região mais populosa do país. O Projeto de Despoluição da Bacia do Alto do Tietê tem o apoio o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e é considerado um dos projetos de despoluição mais ambiciosos do mundo.
Carlos Carrela detalhou as etapas do processo que vem sendo executado desde 1992. Ele observou que um diagnóstico realizado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), no início da década de 90, identificou as principais fontes poluidoras e permitiu priorizar as principais ações para despoluição.
A primeira fase do processo de despoluição do rio foi realizada entre 1992 e 1998 e teve investimentos de US$ 1,1 bilhão. Carrela explica que nessa fase foi priorizada a construção de três Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), que somadas às duas já existentes evitaram o lançamento de 550 milhões de litros de esgoto nos rios e córregos da Grande São Paulo. "Também foi ampliado o sistema de coleta e afastamento de esgotos com a instalação de um grande sistema de redes coletoras e interceptores", explicou.
Na segunda etapa, iniciada em 2002 e com término previsto para 2008, o trabalho foi ampliado para o rio Pinheiros, um dos principais afluentes do Tietê. "O trabalho teve foco no tratamento do esgoto secundário com a instalação de interceptores e coletores", afirmou Carlos Carrela. Nessa fase, o projeto recebeu investimentos de cerca de US$ 400 milhões, sendo US$ 200 milhões financiados pelo BID e US$ 200 milhões em recursos próprios da Sabesp.
O superintendente da Sabesp afirmou que, concluída a segunda etapa, o índice de coleta vai chegar a 84% do esgoto gerado, dos quais 70% serão tratados. Carrela observou que uma das maiores dificuldades enfrentadas na execução do projeto é que nem todos os municípios da região metropolitana de São Paulo possuem sistemas de tratamento, o que compromete o resultado do projeto. "Na terceira etapa, a proposta é incluir todos os municípios localizados na bacia", disse.
Carrela adiantou que as negociações com o BID para a execução da terceira etapa do projeto já estão em curso e devem ser concluídas até o final de 2008. "A meta é que até 2015, 50% do esgoto coletado em todos os municípios da bacia do Alto Tietê seja tratado", concluiu.
Ascom / Sisema