Sisema lançou estudo que calcula as emissões de gases causadores do efeito estufa em Minas Gerais.
O Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), por meio da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), lançou nesta terça-feira (25), estudo que calcula as emissões de gases causadores do efeito estufa em Minas Gerais. Tendo como base o ano de 2005, o 1º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Minas Gerais mapeia por atividade as emissões dos principais setores socioeconômicos do Estado. O Estudo fornece subsídios para elaboração de cenários de curto e médio prazos para a proposição de políticas públicas na área climática.
Em 2005 foram lançadas na atmosfera mineira 122 milhões de toneladas de gases causadores do efeito estufa (GEEs). O gás carbono (CO2) foi o gás emitido em maior quantidade, representado 60,6% do total. Em segundo lugar está o metano (CH4 ), com 28% e em terceiro o óxido de nitrogênio (N2O) , com 10,8%. As maiores parcelas de emissão de CO2 foram provenientes dos setores de energia (57,2%) e agricultura, florestas e uso do solo 33,9%.
Em relação ao metano, o setor de agricultura foi o maior emissor, com 77,8% das emissões desse gás. A grande emissão de CH4 é decorrente do grande rebanho bovino de Minas, que emite o gás no processo de ruminação do alimento. O setor de resíduos representa 17,6% do metano emitido, sendo a disposição de resíduos sólidos urbanos a principal atividade responsável (49,3%).
Em termos de emissão de GEEs per capita, Minas está abaixo da média nacional. Na divisão do total de gases emitidos no Estado divido pela população, Minas tem a taxa de 6,4 toneladas de CO2 por habitante emitidos no ano de 2005. No Brasil esse número é de 9 ton/hab, na Europa o valor é 12 ton/hab e nos Estados Unidos o número é 20 ton/hab.
Políticas Públicas
De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, Minas dá um passo estratégico na inserção da variável climática na elaboração de suas políticas públicas."O caminho é o investimento em alternativas tecnológicas mais limpas, como o reaproveitamento de resíduos nos processos industriais e otimização do uso de energia nos processos produtivos", exemplificou. "O inventário será a base na elaboração de um plano de redução de emissões", completou.
Carvalho destacou também o esforço de Minas na redução do desmatamento, um grande causador do efeito estufa no país. Enquanto no Brasil o desmatamento representa cerca de 70% das emissões dos GEEs, em Minas esse número está abaixo de 50%. "Conseguimos reduzir em 29,5% o desmatamento em Minas no último biênio, fato que contribuiu para o melhor desempenho mineiro", avaliou.
Como medidas práticas de primeiras ações provenientes da publicação do Inventário, foram assinados protocolos de intenções entre a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e as Federações das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Minas Gerais (Fetram). Os acordos estabelecem o comprometimento das entidades em envidarem esforços comuns para a redução dos GEEs, inclusive por meio de projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite a venda de créditos de carbono no mercado internacional.
"O Estado assume seu compromisso em agir na no combate aos efeitos negativos das mudanças climáticas globais. Estamos fazendo a nossa parte e Minas ajuda o Brasil. Reafirmo que o estudo será amplamente discutido com a população, para que o Estado esteja em sintonia com os todos os setores da sociedade no enfrentamento deste problema", declarou Carvalho.
A publicação do inventário é um marco institucional mineiro e contribui para que o Brasil cumpra seus compromissos como parte da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças climáticas globais. Com a conclusão do estudo, Minas passa a ocupar uma posição de destaque no Brasil para negociações internacionais sobre o tema.
O estudo foi elaborado a partir de janeiro de 2008 pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), com interveniência do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e consultoria do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (CENTRO CLIMA/COPPE), ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Fonte: Ascom/Sisema