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Revitalização do Rio das Velhas inicia nova fase

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Obras de saneamento ambiental prosseguem associadas à intensificação da mobilização social.

Promover a articulação com os setores agropecuário e industrial, buscar a adesão das prefeituras da Região Metropolitana de Belo Horizonte e intensificar ações de comunicação para ampliar a mobilização social são os próximos focos do Projeto Estruturador Revitalização do Rio das Velhas - Meta 2010, do Governo de Minas.

Essas estratégias foram anunciadas nesta quinta-feira (12/02) pelo secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, num encontro com técnicos e jornalistas na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Arrudas. O secretário enfatizou que a gestão do meio ambiente não se esgota na esfera governamental. "Se a sociedade não participar, o êxito do projeto não será o desejado", afirmou José Carlos Carvalho.

Os investimentos do governo estadual para despoluir o rio em seu trecho metropolitano são de R$ 1, 3 bilhão, aplicados, em sua maioria, em obras executadas pela Copasa, que incluem construção de ETEs, redes coletoras, interceptores e incremento do Programa Caça-Esgotos. O saneamento ambiental das sub-bacias do Arrudas e do Onça foi o primeiro foco das ações, conforme definição do Plano Diretor dos Recursos Hídricos Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. A próxima sub-bacia a sofrer intervenções será a do Ribeirão da Mata, que percorre 10 municípios até desaguar no Velhas.

As obras já executadas refletiram na melhoria da qualidade das águas, como comprova estudo realizado pela ONG Projeto Manuelzão, que mostra a ocorrência de peixes em trechos do Velhas, onde eles haviam desaparecido. O tratamento dos esgotos dos municípios de Contagem e Belo Horizonte deram um salto nos últimos seis anos, com a implantação da ETE Arrudas em 2003 e da ETE Onça em 2006.

"A ETE Arrudas é a estação mais automatizada do Brasil, o esgoto chega aqui por gravidade. Temos um sistema de biomonitoramento da qualidade das águas e novas técnicas de tratamento aqui aplicadas, graças a uma parceria com a UFMG", destacou o superintendente da Copasa, Ronaldo Matias

De 1999 a 2008 o volume de esgoto tratado pelas ETEs da Copasa, na RMBH, passou de menos de 5 milhões de metros cúbicos/ano para 84 milhões de metros cúbicos por ano. O percentual de volume de esgoto tratado, neste período saltou de 1,34% para 55,82%.

Dois momentos merecem ser registrados nessa evolução: o primeiro em 2002 com a conclusão da ETE Arrudas e a eliminação de 345 lançamentos de esgoto in natura, o que equivale 42 milhões de metros cúbicos/ ano ou 28,29% de esgoto tratado; e em 2007, com a conclusão das ETEs Onça e Jardim Canadá e eliminação de 207 lançamentos de esgoto o percentual alcançado foi de 55,82%. Até o final de 2009, as projeções da Copasa indicam que 68% do volume de esgoto na bacia será tratado. Em 2010 este índice sobe para 84%.

O funcionamento do tratamento secundário dos esgotos na ETE Onça, previsto para começar a operar ainda em 2009, vai contribuir ainda mais para a revitalização do Rio das Velhas e transformar Belo Horizonte em uma das poucas cidades brasileiras a ter 100% de seu esgoto tratado. Atualmente a RMBH possui 20 ETEs em operação e outras 16 planejadas.

As estratégias anunciadas pelo secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável vão ao encontro aos questionamentos feitos pelo coordenador do Projeto Manuelzão, Apolo Heringer Lisboa, que iniciou sua apresentação relembrando que Belo Horizonte, até 2001, não tinha tratamento de esgoto. O ambientalista elogiou o trabalho da Copasa e reforçou a importância da adesão de produtores rurais e dos empreendimentos industriais, localizados na bacia, aos esforços de revitalização do rio das Velhas.

As atividades agrícolas e industriais, quando realizadas sem critério técnico, são responsáveis pela poluição difusa. "É o agrotóxico carreado para os cursos d'água e o óleo descartado pelas oficinas mecânicas", exemplificou o secretário José Carlos Carvalho. "Uma poluição que poucos vêem", completou. 

Mobilização social

Apesar dos avanços e resultados conquistados, a Meta 2010 não se resume a obras. Para intensificar o trabalho de mobilização social, que vai garantir que o Rio das Velhas permaneça despoluído após a conclusão do programa de saneamento ambiental, a Superintendência de Coordenação Técnica do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), e quatro diretorias a ela subordinadas (Articulação Institucional, Estudos e Projetos, Gestão Participativa e Educação Ambiental) passarão a dar apoio logístico ao Projeto Estruturador.

Meta 2010

A Meta 2010 tem como objetivo melhorar as condições ambientais da bacia do rio das Velhas e suas sub-bacias dos rios Itabirito, até o Jequitibá, que recebe os esgotos de Sete Lagoas, além da bacia do rio Cipó e das nascentes do rio das Velhas localizadas em Ouro Preto.

O processo de revitalização do Velhas teve início em 2003, ano em que a organização não-governamental Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), percorreu por água e por terra toda a calha do rio. A partir de observações feitas durante o trajeto de 804 quilômetros - da nascente, em Ouro Preto, à foz, no encontro com o São Francisco - foram identificados os principais focos de degradação e as ações necessárias à sua reversão.  Em 2007, a Meta 2010 passou a ser um dos 57 Projetos Estruturadores do Governo do Estado.

Fonte: Secom /Ascom

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