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Estudo indica estabilidade na qualidade das águas de Minas

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Aumenta a ocorrência de água de boa qualidade no Estado, de 27,3% em 2007 para 28,3% em 2008, e diminui a ocorrência de água de qualidade muito ruim, de 2,5% em 2007 para 2% em 2008.

A qualidade das águas dos rios de Minas em 2008 permanece em níveis similares ao do último levantamento, realizado no ano anterior. É o que aponta estudo divulgado nesta quinta-feira (26/03) pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). De acordo com o mapa da qualidade das águas de Minas Gerais, houve um aumento da ocorrência de águas de boa qualidade, passando de 27,3% em 2007 para 28,3% em 2008. A ocorrência de água com condição de qualidade muito ruim diminui de 2,5% em 2007 para 2,0% em 2008. O índice de qualidade médio permaneceu predominante, representando 45,1%.

Na avaliação do secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, a manutenção dos índices de qualidade bom e médio em cerca de 80% das águas mineiras reflete a integração de ações e esforços implantada em Minas. "A articulação de ferramentas de gestão como o Mapa de Qualidade das Águas com as ações de fiscalização e regularização ambiental, somadas às ações planejadas com metas definidas dos Projetos Estruturadores do estado, demonstra que estamos conseguindo controlar o impacto das pressões econômicas e populacionais em nossos recursos naturais", afirmou.   

Para analisar a qualidade das águas em Minas, o Igam avalia dois indicadores: Índice de Qualidade das Águas (IQA), que reflete a poluição em decorrência da matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes, e o indicador de Contaminação por Tóxicos (CT), que se refere à contaminação por substâncias tóxicas como chumbo, nitrogênio e fenóis. As amostras de água para análise são coletadas trimestralmente em 353 pontos de monitoramento das águas superficiais, distribuídos em todo o Estado. "A partir deste ano, o Igam vai fazer o lançamento do mapa da qualidade das águas trimestralmente, em cada uma das reuniões do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, para avaliarmos trimestralmente como se comporta a qualidade das águas, que é modificada sazonalmente", informou. O mapa da qualidade era apresentado anualmente, durante o Fórum das Águas.

A diretora de Monitoramento e Fiscalização Ambiental, Marília Melo, destacou a importância do monitoramento da qualidade das águas para dar transparências às informações e subsídios para determinar ações de melhoria contínua da qualidade das águas. "O monitoramento é base para outros instrumentos de gestão, como a outorga e planos de recursos hídricos, e fiscalização. Este ano toda a fiscalização do Sistema Estadual de Meio Ambiente foi embasada nos nossos dados de monitoramento", exemplificou.

De acordo com Marília Melo, as bacias hidrográficas dos rios Pardo, no nordeste do Estado, do rio Paranaíba e do rio Jequitinhonha apresentam as melhores condições da qualidade das águas, com predominância de IQA bom (75%, 54,2% e 53,8% respectivamente). Na bacia do Pardo, a CT baixa foi constatada em 100% das amostras, no Paraíba do Sul, em 79,3% e no Jequitinhonha em 84,6%. "Em Minas Gerais, nós podemos identificar claramente o aumento da ocorrência de contaminação por tóxico baixa. A contaminação por tóxico tem um indicador muito direto que é de contaminação por efluentes agroindustriais e, apesar de todo o crescimento econômico no Estado, nós tivemos uma melhoria significativa do CT baixa, representando 63,5% das ocorrências", complementou.

Na bacia do rio das Velhas, uma das principais bacias afluentes do rio São Francisco e  que possui um grande adensamento populacional, a ocorrência do índice de qualidade das águas bom (IQA Bom) aumentou passando de 17,8% em 2007 para 18,4% em 2008. Os dados apontam, ainda, a diminuição do IQA muito ruim, de 9,3% em 2007 para 5,9% em 2008.

Foi verificada também uma redução das concentrações médias da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) em relação ao ano de 2007 na bacia, ou seja, as águas estão mais oxigenadas, fato que favorece a vida aquática. A diretora de Fiscalização e Monitoramento do Igam, Marília Melo, observa que a diminuição pode estar associada aos investimentos em saneamento que estão sendo realizados pelo ‘Projeto Estruturador Meta 2010'.  "A instalação das Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) nos ribeirões Arrudas e Onça, na região metropolitana de Belo Horizonte devem ser percebidas com maior nitidez em médio prazo", afirma.

A análise dos dados de IQA da bacia do rio Paraopeba, outro afluente do rio São Francisco, mostra que, assim como nos anos anteriores, a freqüência anual de ocorrências de IQA ‘médio' permaneceu predominante em toda a bacia (46,6%). Também predominou a Contaminação por Tóxicos ‘baixa', com 66,7% de ocorrência nos pontos de amostragem. 

Na bacia do rio Paraíba do Sul em 2008 pôde-se observar que predomina o Índice de Qualidade das Águas ‘médio' (51%), resultado que vem sendo observado desde o início do monitoramento em 1997.

Marília Melo apontou, ainda, ações que podem ser implementadas para melhorar ainda mais a qualidade da água no Estado, destacando o tratamento de esgoto, manejo adequado do solo, recomposição da mata ciliar, utilização adequado dos fertilizantes agrícolas e disposição adequada de resíduos sólidos.

Investimentos  O secretário José Carlos Carvalho observa que o Governo de Minas vem investindo sistematicamente na melhoria dos sistemas de tratamento de esgoto, o que influi diretamente na qualidade da água. "O planejamento estratégico de Minas Gerais está orientando as ações, evitando investimentos pulverizados pelos diferentes órgãos", afirma. Ele ressalta que os recursos destinados à recuperação do rio das Velhas são os maiores feitos pelo Governo de Minas em todas as áreas. "Até 2010, a Copasa investirá R$ 1,3 bilhão na revitalização do rio", afirma.  

O secretário afirma que o Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) vem concentrando esforços para que os municípios redobrem sua atenção na questão. Ele lembra que os programas ‘Minas Sem Lixões' e ‘Minas Trata Esgotos', executados pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), pretendem auxiliar os municípios a darem tratamento adequado aos seus resíduos e incentivar o tratamento correto do esgoto. José Carlos Carvalho observa que o trabalho de recuperação de áreas de preservação permanente, como as matas ciliares, executado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), é uma vertente importante no trabalho integrado realizado em Minas Gerais.

Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba

Bacia Hidrográfica Paraíba do Sul

Bacia Hidrigráfica do Mucuri

Bacia Hidrográfica do Rio Doce

Bacia Hidrográfica do Rio Grande

Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha

Bacia Hidrográfica do Rio Pardo

Bacia Hidrográfica do Rio Pará

Bacia Hidrográfica do Paraopeba

Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas

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