Os impactos ambientais e a perda da biodiversidade em função da ausência de esgotamento sanitário na sub-bacia do ribeirão Jequitibá são temas de debate em Sete Lagoas, nesta quarta-feira (20).
Os impactos ambientais e a perda da biodiversidade em função da ausência de esgotamento sanitário na sub-bacia do ribeirão Jequitibá são temas de debate em Sete Lagoas, nesta quarta-feira (20). A atividade integra a Expedição pelo Velhas 2009, organizada pelo Projeto Manuelzão, e conta com a participação da coordenadora da Meta 2010, Myriam Mousinho.
O ribeirão Jequitibá é o ultimo afluente do Velhas inserido na área do Projeto Estruturador Meta 2010. Dos quatro municípios dessa sub-bacia, Funilândia, Prudente de Morais, Jequitibá e Sete Lagoas, apenas Jequitibá trata a maior parte dos esgotos coletados. O índice de tratamento é de 80% do esgoto coletado. Em Prudente de Morais este índice cai para 13% e grande parte da população usa fossa séptica. Em Funilândia, há coleta, mas não há tratamento, porém existe projeto da Copasa para construção de uma estação de tratamento de esgoto. Em Sete Lagoas, cidade com mais de 220 habitantes, todo o esgoto é coletado, mas apenas 10% recebem tratamento, o restante é jogado diretamente nos cursos d'água.
Parte da sub-bacia está inserida na região conhecida internacionalmente como Carste de Lagoa Santa, que abrange os municípios de Vespasiano, Pedro Leopoldo, Confins, Lagoa Santa, Matosinhos, Funilândia e Prudente de Morais. Porém, em direção à Sete Lagoas há faixas significativas dessa formação geológica.
O Carste de Lagoa Santa, além de ser o berço da paleontologia brasileira, com as pesquisas do cientista dinamarquês Peter Lund, no século XIX, apresenta características únicas com a ocorrência de grutas e lagoas interligadas, formando uma rede hidrográfica subterrânea e um solo calcário extremamente frágil, sujeito a rebaixamentos devido à ocupação desordenada do solo. Afundamentos de ruas e formação de crateras são fatos já observados em Sete Lagoas.
Além de não tratar o esgoto doméstico gerado na cidade, em Sete Lagoas o abastecimento de água é feito por captação de águas subterrâneas, o que representa um risco de contaminação do lençol freático. E até o momento não existe tecnologia para recuperação de águas subterrâneas.
Sete Lagoas e Sabará são os dois municípios inseridos na área da Meta 2010, que até o momento não conseguiram implantar e operar um sistema de esgotamento sanitário. Os resultados da Meta 2010, comprovados pela Expedição, demonstram que a Região Metropolitana de Belo Horizonte está deixando de ser o principal foco de degradação da bacia do Rio das velhas.
Recuperação de nascentes
Em 2003, teve início em Funilândia o Programa de Manejo do Jequitibá, ligado ao Projeto de Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares, resultado de convênio do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Ibama, que tem a Emater-MG como parceira.
O trabalho teve a construção de 18 quilômetros de cerca em torno das nascentes, o plantio de 42 mil mudas de árvores nativas, a proteção de 21 nascentes e o plantio de matas de topo em área de recarga. O projeto incluiu ainda a construção de barragens de contenção e de 440 bacias de captação de enxurradas, terraços, manutenção de estradas rurais e um trabalho de educação ambiental com produtores.
Meta 2010
O processo de revitalização do Velhas teve início em 2003, ano em que a organização não-governamental Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), percorreu por água e por terra toda a calha do rio. A partir de observações feitas durante o trajeto - da nascente, em Ouro Preto, à foz, no encontro com o São Francisco - foram identificados os principais focos de degradação e as ações necessárias à sua reversão. Em 2007, a Meta 2010 passou a ser um dos 57 Projetos Estruturadores do Governo do Estado.
SERVIÇO
Recuperação Ambiental da Bacia do Ribeirão Jequitibá - Myriam Mousinho - coordenadora da Meta 2010
LOCAL - Casarão - Praça Tiradentes - Centro de Sete Lagoas (ao lado da Igreja de Santo Antônio)
Horário: 10h 50min
Fonte: Ascom\ Sisema
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