A operação ‘Jequitibá 1’ teve início no dia 24 de agosto e não tem previsão de encerramento. Nos três primeiros dias da operação, foram fiscalizados 16 locais desmatados. Oito empreendimentos foram embargados, 13 pessoas autuadas e aplicados R$ 101.007,71 em multas.
O coordenador da operação e analista ambiental do Ibama, Aristides Neto, destaca que existem cerca de 900 pontos de desmatamento já identificados. "Estamos priorizando áreas maiores com até 20 hectares. Os menores, que são a maioria, têm entre um e dois hectares e também serão fiscalizados", explica Neto.
As ações são executadas por 10 equipes formadas por técnicos do Ibama, PF, PMMG e órgãos ambientais estaduais, por meio do Comitê Gestor de Fiscalização Ambiental Integrada (CGFAI). Uma das equipes trabalha em um helicóptero, identificando novos pontos de desmatamento e apoiando às demais.
"A prioridade inicial são os pontos já observados pela equipe de geoprocessamento do IEF", ressalta o um dos coordenadores da operação, o gerente do Núcleo do IEF em Guanhães, Hermógenes Ferreira Neto. Na próxima sexta-feira (28), será divulgado novo balanço das atividades.
Maior área remanescente
Minas Gerais é o estado que possui a maior área remanescente de Mata Atlântica do país. São 2.637.150 hectares do bioma, 102 mil hectares a mais do que o estado de São Paulo, que tem 2.535.854 hectares, a segunda maior área.
Entre 1995 e 2000 foram desmatados 121.061 hectares de Mata Atlântica em Minas Gerais. No período entre 2000 e 2005, o número caiu para 41.349 hectares e, de 2005 a 2008, a área desmatada foi de 32.728 hectares. No cálculo do desmatamento do bioma realizado pela ONG SOS Mata Atlântica, Minas é o terceiro colocado quando considerado o percentual de desmatamento de 1,23%, ficando atrás de Goiás e Bahia. A pressão sobre as florestas nativas decorrente da expansão agropecuária e da produção ilegal de carvão vegetal são os principais responsáveis pelos números.
O IEF vem reforçando suas ações em duas frentes para reduzir o desmatamento: atividades de fiscalização e de recuperação de áreas degradadas. Por meio do Projeto Estruturador Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica, o Estado está investindo em 2009 cerca de R$15 milhões. Desse total, cerca de 60% é voltado, exclusivamente, para áreas de Mata Atlântica. O trabalho de fiscalização também recebeu aportes para o fortalecimento das atividades. De 2003 até 2009 foram aplicados R$98 milhões no monitoramento e fiscalização.
A Mata Atlântica é o Bioma Brasileiro mais ameaçado por pressão antrópica desde a época do Brasil colônia. Em Minas Gerais abrange quase 45% do Estado, a leste, sul, além de parte do Triângulo Mineiro, área cortada por importantes Bacias Hidrográficas como a dos Rios Doce e São Francisco. A área do Bioma Mata Atlântica a ser fiscalizada nesta ação, foi definida em Workshop realizado este ano em Belo Horizonte, e tem como base o Mapa de Vegetação oficial do IBGE.
Fonte: ASCOM / Sisema
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