O Índice Mineiro de Vulnerabilidade Climática (IMVC) do Estado de Minas Gerais, atualizado em junho de 2024, é uma avaliação da vulnerabilidade do território mineiro às mudanças climáticas a partir de uma análise integrada dos impactos e potenciais impactos climáticos nos sistemas naturais e socioeconômicos. O estudo visa definir em que medida o estado de Minas Gerais é e pode ser afetado pelas mudanças do clima, sendo, portanto, a base técnica para a proposição de uma estratégia de adaptação às mudanças climáticas no estado.
Portanto, trata-se da representação da vulnerabilidade municipal aos efeitos das mudanças climáticas, construído com base na definição de vulnerabilidade proposta pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2007) e seus três componentes principais classificados como sensibilidade, exposição e capacidade de adaptação. Para cada uma das três dimensões da vulnerabilidade são analisados os principais fatores que permitem avaliar o grau de exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação do território às mudanças climáticas. Para cada dimensão, um conjunto de indicadores é proposto para informar sobre cada um dos fatores identificados.
Dessa forma, a vulnerabilidade estimada pode ser entendida como sendo a "medida na qual um município mineiro está suscetível aos - ou é incapaz de lidar com - efeitos adversos das mudanças climáticas, incluindo-se a variabilidade natural e os eventos climáticos extremos como longas estiagens e chuvas intensas.” (IPCC, 2007, p.7), sendo:
- A sensibilidade é o "grau no qual um sistema é influenciado, positivamente ou negativamente, pela variabilidade ou pelas mudanças climáticas" (IPCC, 2007);
- A exposição é definida como a "natureza, a amplitude e o ritmo da variação climática à qual o sistema considerado está exposto" (IPCC, 2007);
- A capacidade de adaptação é a "capacidade de um sistema de se adaptar às mudanças climáticas (especialmente à variabilidade climática e aos fenômenos extremos), a fim de atenuar os danos potenciais, de aproveitar as oportunidades ou enfrentar as suas consequências" (IPCC, 2007).
O IMVC, é fundamental para a base das políticas públicas uma vez que auxilia a tomada de decisão no âmbito estadual e municipal quanto à definição e priorização de ações locais de redução da vulnerabilidade territorial e adaptação às mudanças do clima. (Vide dados do IMVC).
VULNERABILIDADE CLIMÁTICA 2024
Cerca de 38% dos municípios têm vulnerabilidade relativamente baixa ou moderada. Entretanto, as regiões do Norte de Minas e Jequitinhonha aparecem como regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas. O território mineiro tem cerca de 13% de seus municípios em áreas de vulnerabilidade extrema e abrigam mais de 7% da população total do estado.
IMVC 2024 – Resultados por dimensões da Vulnerabilidade
SENSIBILIDADE
Com relação à sensibilidade, aproximadamente 68% dos municípios mineiros tem sensibilidade alta ao clima. Um percentual de aproximadamente 5% tem sensibilidade muito alta e somente um município apresenta vulnerabilidade relativamente baixa.
O território mineiro apresenta significativa concentração de municípios com exposição muito alta e extrema no Norte de Minas e no Jequitinhonha. Ao todo, são 139 municípios em Minas Gerais com esses níveis de exposição e mais de 3,9 milhões de habitantes encontram-se nessas áreas.
A maior parte das cidades mineiras têm uma capacidade moderada de se adaptar às mudanças climáticas e seus efeitos (cerca de 57%). Juntos, esses municípios têm mais de 7 milhões de habitantes. Entretanto, parte da população mineira se encontra em áreas com capacidade de adaptação alta, que responde por cerca de 34% dos municípios.